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PCC está falido e desmantelado, diz diretor do Deic
Do Diário OnLine
27/11/2002 | 20:43
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O diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), Godofredo Bittencourt, afirmou nesta quarta-feira que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua em presídios de São Paulo, está falida e desmantelada. Bittencourt apresentou à imprensa um organograma com 22 nomes dos principais líderes e integrantes do PCC.

Segundo o diretor do Deic, a facção criminosa foi quase totalmente desmantelada depois que seu principal financiador, o seqüestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho, foi preso em fevereiro. “Se me perguntarem se o PCC acabou, não vou dizer que acabou, porque sempre surgirão novas células. Mas é um câncer praticamente isolado”, disse Bittencourt.

O diretor contou que um dos principais líderes do grupo, José Márcio Felício, o Geleião, delatou a maior parte de seus integrantes, após perceber que a organização estava se desmantelando com as mortes de várias mulheres de presos que serviam de informantes. Geleião também contou sobre vários atentados realizados em São Paulo e que foram organizados pelo PCC.

De acordo com o organograma apresentado, o atual líder do PCC, após a traição de Geleião, é Marcos Herbas Camacho, o Marcola, preso na penitenciária de Avaré. Além dele, lideram a facção Júlio Guedes de Moras (Julinho Carambola), detido em Araraquara, e Sandro Silva Santos (Gulu), que está na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, no interior do Estado.

Bittencourt disse que 20 integrantes, identificados por Geleião, foram indiciados por formação de quadrilha. Destes, 16 que estavam em outros presídios serão levados de avião para Presidente Bernardes, onde cumprirão pena em regime disciplinar diferenciado (RDD). Nesse regime, os detentos ficam em celas individuais, com apenas uma hora de banho de sol por dia e só podem receber visitas do advogado e familiares.

Marcola é o único que não será transferido para Presidente Bernardes. Segundo Bittencourt, vários dos integrantes indiciados chegaram a chorar porque estavam próximos de conseguir progressão do regime e agora serão encaminhados para o RDD.

De acordo com a polícia, mais de 100 criminosos ligados ao PCC foram identificados e presos desde março de 2001, quando detentos organizaram uma megarebelião simultaneamente em vários presídios do Estado.

Futebol - Em seu depoimento à polícia, Geleião contou que a facção criminosa foi criada em 1993, na Penitenciária de Taubaté. Inicialmente, o PCC era um time de futebol formado por detentos.

Geleião também disse que não deu certo a tentativa do PCC de se associar com o Comando Vermelho, que atua no Rio de Janeiro.




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