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Recebi ao longo das últimas duas colunas diversos e-mails e manifestações a respeito de minha opinião e relato sobre o balneário de Camboriú.
Grande parte do público se identificou com a narrativa do texto. Todavia, alguns mencionaram sobre a necessidade da evolução das cidades, e o aceitar do crescimento, como parte natural de um destino turístico.
Entre alguns manifestos, existe um leitor que fez dura crítica ao fato de eu, como colunista, ter ignorado o aumento da empregabilidade, aumento da economia local e melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.
Confesso que aceito este manifesto como verdadeiro. Realmente o balneário de Camboriú se tornou um centro de empregabilidade, de crescimento em arrecadação de impostos e favorecimento do turismo para os catarinenses. Assim como alternância do perfil do turista, pois os altos custos de todos os produtos e serviços afastaram algumas classes e aproximaram outras.
Deixo registrado que toda evolução, ainda que às vezes perniciosa, é necessária, porém, neste caso específico, estamos falando de especulação em terrenos e crescimento desordenado, principalmente na orla marítima. Camboriú cresceu e se desenvolveu espremendo o máximo que pode em uma única região.
Afastando-se da orla em quatro quarteirões adentro, os problemas seguem os mesmos e a população não tem se beneficiado tanto assim deste superdesenvolvimento.
Como exemplo, as ruas e avenidas, programadas para atender um determinado número de visitantes, se tornaram inviáveis para o fluxo de automóveis e ônibus. Os preços de produtos e serviços dispararam. População residente reclama de aumento substancial de alimentação, impostos, água e energia.
A explosão midiática gerou insegurança, avanço da criminalidade e afeta a tudo e a todos, sem exceção.
O que se contesta aqui é: por que Camboriú não evolui out side da orla?
A cidade que começou como participante do Vale do Itajaí, posteriormente se tornou apêndice de Beto Carrero e, hoje, está ligada diretamente à ostentação e ao destino para ricos e famosos.
Sabido é que cidades como Campos do Jordão, por exemplo, já trilharam este caminho nas décadas de 1980 e 1990 e hoje pagam um preço caro pelo abandono da elite, vivendo basicamente do turista de um dia, que não deixa grandes recursos para a cidade se manter.
Esperamos que Camboriú logre a continuidade de novidades e inovações, para atrair turistas e manter a megaestrutura montada, caso contrário em 20 anos estará sucateada.
Novidades tecnológicas, rodas gigantes imensas e prédios com alturas intermináveis em breve não serão novidades para ninguém.
Famosos e milionários mudam de opinião e trocam destinos com facilidade, são “modistas”. Vide Aruba.
Rodermil Pizzo é doutorando em Comunicação, mestre em Hospitalidade e colunista do Diário, da BandFMBrasil e do Diário Mineiro.
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