Comemoração seria em 20 de novembro, mas precisou ser adiada por dois meses
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O carro mais icônico do Brasil – e talvez do mundo – o Fusca, tem seu dia nacional comemorado em 20 de janeiro desde 1989 e, por incrível que possa parecer, não deve a nenhum fato histórico ligado ao veículo que foi produzido pela Volkswagen até 1996, teve 3,1 milhões de unidades comercializadas e estima-se que 1,7 milhão ainda estejam em circulação. Nesta sexta-feira (20), a empresa exibiu na garagem da fábrica de São Bernardo três modelos que possui em seu acervo. Veja as fotos abaixo.
Alexander Gromow, engenheiro, pesquisador e apaixonado por Fusca, conhece como ninguém a história do carrinho, cuja história teve início em 22 de junho de 1934, na Alemanha, quando Ferdinand Porsche assinou com a Associação Nacional da Indústria Automobilística Alemã o contrato para desenvolvimento de um carro popular. No Brasil, o primeiro Fusca deixou as linhas de produção em 3 de janeiro de 1959.
A comemoração do Dia Nacional do Fusca em 20 de janeiro se deve ao acaso. “Em meados de 1988 estava sendo armado um encontro de Fuscas em Interlagos. Colocou-se a data para 20 de novembro e foi feito um logotipo, aprovado pela Volks e tudo pronto, mas o autódromo estava ocupado. Foi feita então uma reunião de emergência entre o Sedan Clube (que depois virou Fusca Clube do Brasil) e a fábrica. Daí foi marcado para 20 de janeiro. E não tem nada a ver com algum fato ligado à história do Fusca”, pontua.
A data, entretanto, serviu de inspiração para criação do Dia Mundial do Fusca (22 de junho). “Em 1991, eu estive em um evento na Alemanha e falei para pessoas dos cinco continentes sobre o Brasil ter o Dia Nacional do Fusca e propus a criação da data mundial. Quatro anos depois foi lançado e hoje é comemorado em vários países”, conta Gromow.
Acervo histórico em São Bernardo
No Dia Nacional do Fusca deste ano, a Volkswagen exibiu os três modelos que possui em seu acervo. Um fabricado em 1986, quando a produção havia sido encerrada. Um 1993, que ficou conhecido como Itamar, porque marcou a retomada da produção a pedido do ex-presidente da República Itamar Franco, e outro 1996, que foi customizado pela Sulam, uma transformadora de veículos fundada em 1973, que é conversível e tem motor 1.600cc com injeção eletrônica.
Os carros estão na Garagem II, espaço histórico localizado na planta de São Bernardo da empresa e que reúne, além dos Fuscas, outros modelos que fazem parte da memória automobilística do País. “A oportunidade de gerenciar um acervo de veículos clássicos traz um misto de desafio, ao preservar essa história pelos próximos anos, e também de muita nostalgia, por poder viver cada produto, pensando em como aquela unidade marcou a indústria do País”, diz André Drigo, gerente executivo do desenvolvimento do produto da Volks.
Drigo participou da retomada da produção do Fusca, em 1993, e lembra bem do desafio enfrentado pela empresa. “Tivemos de buscar as peças, recuperar os projetos, que ainda estavam em papel, e até chamar gente que já havia se aposentado para tocar o projeto”, relembra.
Este é apenas mais um capítulo na rica história do carro mais democrático, simpático e icônico do mundo.
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