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Multinacionais: água deve ser vendida por 'custo real'
Do Diário do Grande ABC
20/03/2000 | 17:36
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Onze presidentes de multinacionais pediram esta segunda-feira em Haia que a água seja cobrada segundo seu "custo real", sem prejudicar os menos favorecidos. "O preço da água deve ser fixado em um nível que contribua com a conservaçao e o uso razoável da água, sem que isso impeça que as pessoas satisfaçam suas necessidades fundamentais de serviço a preços razoáveis", declararam os presidentes.

"O setor privado deve desempenhar um papel crescente na gestao dos recursos hídricos", acrescentaram os onze empresários em um comunicado de três páginas, publicado por ocasiao do Fórum Mundial da Agua. "Os investimentos do setor privado desempenharao um papel fundamental para acabar com o abismo entre a oferta e a demanda de água".

"Uma cobrança segundo o custo real (...) incentivará a indústria" a fazer os investimentos necessários para a criaçao e modernizaçao das redes de distribuiçao e saneamento.

"As firmas representadas - serviços de água, produtos de consumo, engenharia da água e consultores especializados - sao favoráveis a alianças com o poder público e a sociedade civil, para promover gestao e saneamento eficazes", indica o texto.

Os presidentes declararam ser favoráveis a "qualquer iniciativa para criar associaçoes entre o setor privado e as instituiçoes financeiras multilaterais".

O poder público, por sua vez, tem como objetivo criar "um padrao legislativo, financeiro e institucional" que ajude a mobilizar os investimentos privados.

As administraçoes devem igualmente "procurar um equilíbrio entre os serviços de água acessíveis e os mecanismos que favoreçam uma gestao de custo real dos recursos, mediante alianças entre os setores público e privado". "Todos os usuários" devem fazer os esforços necessários, sem os quais a demanda continuará ultrapassando as possibilidades de oferta, particularmente em regioes de penúria (mil m3 por habitante ao ano, segundo a ONU).

Os empresários, por sua vez, "prometem minimizar o consumo de água nas atividades industriais".

O comunicado foi assinado por presidentes de cinco empresas de distribuiçao de água (Azurix, Lyonnaise des Eaux, Nuon, Severn Trent e Vivendi Water), três produtores de bens de consumo (Heineken, Nestlé e Unilever), uma empresa de engenharia (ITT industries) e dois consultores especializados (CH2M Hill Companies e DHV).




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