Os motoristas da Transkomby, terceirizada que presta serviços à Prefeitura de Diadema, deixaram cerca de 60 carros sem rodar durante a manhã de ontem. Motivo: falta de pagamento de salário pela empresa. A paralisação implicou na suspensão temporária de atendimentos públicos, principalmente nas áreas de Educação Especial e Saúde.

A Prefeitura informou, por nota, que "a interrupção dos serviços da Transkomby, entre 9h e 11h, é decorrente de relação trabalhista entre empresa e funcionários". A administração afirmou ainda que notificará a terceirizada para "prestar esclarecimentos".

Várias mães de crianças especiais atendidas pela Secretaria de Educação de Diadema confirmaram à reportagem que o transporte não passou ontem nas casas, inclusive no período da tarde. É o caso de Marilene Rodrigues da Silva, moradora do Jardim Ruyce, mãe de Gregory, 15 anos, que estuda no Núcleo de Educação Especial Jêsue Frantz. "Meu filho estuda das 13h às 17h, mas hoje a van não passou."

Na área da Saúde apenas os pacientes de hemodiálise não deixaram de ser atendidos, segundo os motoristas. E as crianças especiais que fazem tratamento na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) - neste caso, com os motoristas que entram às 5h. "Quem foi buscar a gente disse que quebrava um galho, porque estava todo mundo sem rodar", contou Osana Rosária da Silva, mãe de Simone, 10 anos, que faz terapia na unidade da Mooca, em São Paulo.

A paralisação iniciou com o pessoal das 6h, inclusive os da Educação Especial. O Diário apurou que a ordem para interrupção dos serviços teria partido de um coordenador que veio da sede da empresa em São Paulo para Diadema.

"O atraso no pagamento da Transkomby é consequência de a Prefeitura também estar com débitos com a empresa. E a paralisação seria uma forma, indireta, de pressionar a administração", afirmou um funcionário, que pediu para não ser identificado.

A reportagem procurou pela direção da Transkomby e deixou o telefone, mas foi informada que somente na segunda-feira os responsáveis estariam na empresa. Porém, conversou com dois coordenadores e motoristas que confirmaram a paralisação por falta de pagamento.

Segundo os funcionários, a direção da Transkomby teria prometido o depósito do "vale" no dia 20, depois 21 e 26. Pressionada, inclusive pela própria Prefeitura, a empresa efetuou o depósito ontem, por volta das 11h30.