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Quando tudo parecia ter entrado nos eixos
Rodolfo de Souza
12/01/2023 | 09:58
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Parafraseando aqui o presidente que acaba de assumir o poder, nunca antes na história desse país se assistiu a cenas tão lamentáveis no tocante a ameaças antidemocráticas. O sinistro teve lugar lá no palco onde o poder dá as cartas. 

Os golpistas finalmente levaram a cabo o seu intento de vandalizar os palácios do planalto central do país, não se sabe bem o porquê, uma vez que o pleito foi consumado, foi eleito novo chefe da nação e novo governo se estabeleceu. Mesmo assim, lá esteve a delinquência deliberada para depredar a democracia, destruindo bens materiais que, de alguma forma, a representam. 

Cenas chocantes que acontecem com alguma frequência em outras partes do mundo, menos no Brasil, foi o que se viu na tarde de um domingo com a aparência calma de todos os domingos. Aliás, por que teriam escolhido o domingo? Para que fossem assistidos por todos em horário nobre? É possível.

Os poderes constituídos aparentemente teriam subestimado as ameaças de quem, há muito, vem sendo estimulado e financiado pelo capital que aposta todas as suas fichas em ideias reacionárias, acreditando em algo inconcebível para quem sonha com liberdade e igualdade social. Mesmo porque, são pessoas avessas ao tema essas que gastam tubos de dinheiro no ataque à democracia, cientes de que lidam com uma massa de manobra facilmente conduzida ao sabor do vento soprado por interesses outros.

Mas agora há fortes indícios de que a justiça deixou o conforto de seu leito para, astutamente, se pronunciar, em momento que considerou adequado, penso eu. Mesmo assim, longo período se passou, em que um homem teve licença para abusar das atitudes e do discurso enquanto presidente do país. Sujeito de personalidade funesta, que se refugia debaixo do manto da ignorância e carrega consigo todo aquele que se afina com suas ideias obscuras e violentas. O resultado não poderia ter sido outro, senão a derrocada de tudo o que é razoável numa sociedade, que perdeu até mesmo a dignidade. 

E, para se sustentar no poder,este fez uso de sortilégios mil que atropelaram, sem qualquer pudor, a Constituição Federal, um meio de beneficiar pessoas afinadas com ele, mas de poder aquisitivo altíssimo. É a regra que sustenta o delírio fascista, afinal: gente muito rica que está na retaguarda com o seu ouro, para oferecer ao pretenso ditador que, uma vez no poder, terá que pagar o que lhe fora emprestado, com juros normalmente pela hora da morte. Claro que, em se tratando de um governante, quem paga a conta é sempre o contribuinte. Todavia, a fonte secou, o pseudo ditador foi jogado para escanteio, e consequentemente deixou de interessar à boca voraz do capital. Mas a plebe, que se considerava nobre, decidiu que ainda é e que poderia meter os pés pelas mãos. É óbvio que a fonte não secou para essa gente. O dinheiro ainda jorra fartamente para sustentar o terrorismo que não levará a nada, a não ser ao fortalecimento do novo governante.

Rodolfo de Souza nasceu e mora em Santo André. É professor e autor do blog cafeecronicas.com




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