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Sindicato cobra concurso público da Prefeitura de Diadema
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
08/03/2009 | 07:00
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Na pauta da campanha salarial de 2009, o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) defende a realização de concurso público para os cargos operacionais da Prefeitura, como limpeza dos próprios públicos e serviços gerais. Na contramão, a administração municipal pretende promover a contratação de 600 bolsistas para a Frente de Trabalho.

"A medida tornou-se a precarização da precarização. A Frente de Trabalho tem de ser tratada como excepcionalidade de mão de obra", afirmou a presidente do Sindema, Jandyra Uehara, que também defende o fim da terceirização em todos os setores da Prefeitura.

Se mantida, no entanto, tem de ser oferecido direitos previstos na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e condições aos trabalhadores contratados para a mão de obra menos qualificada. "Defendemos trabalho decente para todos, inclusive com qualificação profissional do bolsista", afirmou Jandyra para os vereadores, durante sessão na Câmara.

O que concordou a vereadora Irene dos Santos (PT). "A Frente de Trabalho de Diadema há muito tempo está sendo composta em sua maioria por mulheres, que são submetidas à precarização e exploração do trabalho", afirmou a parlamentar petista.

Precarização foi a situação encontrada pelo Diário com relação às condições de trabalho enfrentadas pelos bolsistas, contratados em janeiro do ano passado pela Prefeitura: sem uniformes, botas adequadas, protetores de ouvido e de rosto (máscara).

"Apenas duas mudas de roupas foram oferecidas nesse tempo. A gente fez o pedido para o setor neste ano, mas ninguém deu satisfação até agora. Gastamos muita roupa com o serviço tapa-buraco", disse um bolsista.

A bolsa mensal é um salário mínimo (R$ 465), além de cesta básica, seguro de vida, alimentação (marmitex oferecido pela SP Alimentação) e auxílio-transporte, de acordo com a Prefeitura.

Os bolsistas disseram que a "cesta básica está chegando com atraso". Outras reclamações foram as condições de trabalho. "Exalamos o cheiro do diesel do caminhão e sofremos o calor no rosto com aquela massa quente. Outro dia, com esse calor todo, pensei que fosse desmaiar", afirmou outro homem da Frente de Trabalho.

Quando chegam para o setor de base, outra dificuldade: fila para um único chuveiro existente, que vive com a resistência queimada. A Prefeitura não se manifestou sobre a situação.




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