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Caratecas do Grande ABC invadem Pan

Heitor Bueno, Daniela Teixeira e William Tavares disputam torneio neste mês na Venezuela

Ligia Valezi
Especial para o Diário
04/06/2012 | 07:17
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Dentro de duas semanas, três atletas do Grande ABC embarcam para a Venezuela onde disputam o Pan-Americano de Caratê entre os dias 15 e 17. E se depender desses caratecas, o Brasil deve conquistar muitas medalhas. A competição envolve apenas a modalidade shotokan, mais tradicional do esporte. Sete países do continente americano participam do torneio.

O estudante de publicidade Heitor de Godoy Bueno, 17 anos, afirmou que está ansioso para competir. “Estou confiante, mas sei que vou encontrar atletas de alto nível no Pan. Fico nervoso, mas tomo como base os campeonatos que já participei”, contou o morador do Bairro Campestre, em Santo André.

O atleta se refere aos torneios nacionais que faturou. Ele já foi campeão brasileiro no kata (sequência de golpes) individual em 2009 e 2010, e é o atual vice-campeão da categoria. Na disputa de kata por equipes (três caratecas executam golpes juntos), venceu em 2008 e 2010, além de contar com títulos paulistas.

Outra moradora da região que promete trazer bons resultados do Pan-Americano é a estudante Daniela Teixeira Spindola, 15 anos. A andreense foi campeã nacional na categoria kata individual em 2010 e faturou a prata em 2008 e 2009, ano que também venceu na disputa entre equipes. Ainda tem uma medalha de bronze no kumitê (luta entre caratecas), de 2008, fora os campeonatos estaduais.

A atleta afirmou que ainda não se deu conta de que representará o Brasil em competição internacional. “É difícil cair a ficha. Tinha o sonho de disputar torneios fora do País, mas não sabia que isso iria acontecer”, explicou.

Enquanto os dois estudantes participam pela primeira vez de competição internacional, o professor de caratê William Tavares, 29, segue para a Venezuela com a bagagem de Mundial da categoria nas costas.

O carateca de São Caetano participou da competição mais importante da modalidade no ano passado, na Escócia, e faturou a medalha de bronze nas categorias de kata e kumitê por equipes, além do quinto lugar no kata individual.

O professor explicou que o nível dos atletas no Pan-Americano deve ser mais baixo do que os competidores do Mundial. No entanto, o atleta prefere avaliar com cautela os adversários. “Tenho boas expectativas para o Pan com base nos resultados do Mundial. Mas cada campeonato é diferente”, explicou William.

O atleta terá jornada dupla na Venezuela, pois irá atuar como carateca e instrutor dos jovens da região. “Estou acostumado a essa situação. Com a minha experiência tento passar calma porque entendo o que eles sentem, também sou atleta. Passo tranquilidade a toda hora, no preparatório, na viagem e na hora de lutar. Tem momentos que me deixo de lado para ajudá-los”, contou o professor.

 

Esporte propõe valores que se estendem à rotina

Disciplina, respeito e caráter. Essas são as palavras atribuídas ao caratê pelos atletas do Grande ABC que disputam o Pan-Americano neste mês. Para eles, o esporte vai além de proporcionar benefícios ao corpo.

A carateca Daniela Teixeira Spindola, 15 anos, explicou que costumava ser mais nervosa quando criança. Segundo ela, o esporte mudou seu comportamento explosivo. “Fiquei com mais autocontrole e disciplinada. O caratê também ensina a ter mais paciência, aprendi a aceitar as coisas como são. Tem de ter respeito e pensar mais antes de fazer as coisas”, contou a andreense.

Apesar disso, Daniela explicou que fica muito nervosa antes de competir. “Não gosto de perder. No treino, faço os golpes muito bem, e na hora de competir eu erro”, assumiu.

O treinador da carateca William Tavares, 29, contou que o esporte mudou o temperamento da jovem. O professor acompanha a atleta desde o início da carreira, quando tinha 7 anos. “O caratê trabalha com caráter e disciplina. Acho que a Daniela passou a ser mais disciplinada. Ela também era mais agressiva e hoje tem mais autocontrole. Esses valores se estendem para os relacionamentos e estudos”, contou o professor.

O estudante Heitor de Godoy Bueno, 17, explicou que os valores aprendidos com a modalidade foram repassados para a vida pessoal. “Antes, era mais arteiro. Hoje, tenho mais disciplina e aprendemos o respeito. Tudo o que aprendi com o caratê se espelha na vida pessoal, passa para a rotina”, comentou. LV




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