Política Titulo Ribeirão Pires
MP revela ligação entre Illuminatus e MRF

Cotação para serviço em Taboão da Serra foi apreendida pelo órgão na empresa de Renata Lin

Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
04/06/2012 | 07:59
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O Instituto Illuminatus aparece na investigação do Ministério Público sobre possíveis fraudes de licitação em Rio Grande da Serra. Durante apreensão de documentos na sede da MRF Médicos Associados, a promotoria encontrou cotação de preço do Illuminatus endereçado ao secretário de Saúde de Taboão da Serra, José Alberto Tarifa, para gestão do pronto socorro municipal.

A MRF pertence a Renata Lin e Maurício Gonçalves Fonseca. Os dois são ligados à Cemed, que mantinha contrato em Rio Grande da Serra entre 2005 e 2009, quando a MRF assumiu a gestão. Os sócios aparecem num suposto esquema de desvio de dinheiro em Ribeirão Pires, delatado pelo presidente do Illuminatus, Alfredo Antônio Del Nero Júnior, o Fred.

Em 2010, a promotora Sandra Reimberg comandou as investigações sobre a atuação das empresas em Rio Grande. "Quando fiz a busca e apreensão na sede da MRF, encontrei três cotações de preços, originais, assinadas em nome de empresas que não tinham, em tese, nenhuma ligação com a MRF", relatou. O documento é datado de 30 de março, ou seja, antes da entidade assumir o serviço em Ribeirão. Significa que a denúncia de Fred, que acusa o prefeito de Ribeirão, Clóvis Volpi (PV), de comandar o suposto esquema de desvio de verba perde força. Já que seu instituto seria ligado às empresas investigadas antes de ganhar licitação na cidade do verde.

Para a promotora, que hoje atua em Itapevi, a presença do documento do Illuminatus dentro de uma pasta da empresa médica é suspeita. "Se cada uma dessas empresas fez cotação de preço para entregar para o secretário de Taboão, porque não foi entregue? O que está fazendo dentro da sede da MRF?"

Fred afirmou que não tem conhecimento do documento que foi apreendido pelo Ministério Público. "Nessa época (em 2010) nem pensávamos em trabalhar com Saúde. Fazíamos somente trabalhos na área de Esporte", discorreu o empresário.

O comandante do Illuminatus afirmou que o documento é falsificado, apesar de a cotação estar assinada. "Estou sabendo (da existência da cotação) pelo jornal. Não tenho conhecimento disso. Nenhum documento sai daqui sem o meu conhecimento e assinatura", ressaltou.

O empresário negou qualquer ligação com Renata e Maurício antes de assumir o contrato em Ribeirão Pires, assinado em outubro de 2010.

Porém, Sandra declarou que sua investigação evidenciou a ligação entre diversas entidades para manter os médicos no comando do serviço público. "Tudo indica que essas empresas eram todas de fachada. Confundiam o nome dos sócios, mas o objetivo era sempre o mesmo (suposto desvio de dinheiro). Se revezavam", avaliou.

A atuação de Maurício e Renata é apurada em diversas cidades na Região Metropolitana e Interior. No Grande ABC,atuaram em Ribeirão, Rio Grande da Serra e Mauá. O modus operandi é o mesmo em todas elas. "Em Rio Grande era Cemed e depois a MRF. Em Taboão (da Serra) foi primeiro a Fonseca e Amorim Médicos e depois o Iacta. O serviço público sempre na mão deles", reiterou Sandra. A Fonseca e Amorim Médicos pertence a Maurício.

Renata e Maurício foram procurados pela equipe do Diário, mas não retornaram aos contatos.




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