O chefe de Gabinete da Prefeitura de São Caetano, Luiz Antônio Cicaroni (PP), se desliga hoje do cargo para ser o vice da chapa encabeçada pela assessora especial, Regina Maura Zetone (PTB).

O progressista foi o escolhido após disputa acirrada com o presidente do diretório municipal do PSDB, Silvio Minciotti. Outros sete partidos requisitaram o posto, mas foram preteridos.

Hoje à noite, a pré-candidata realiza ato com os presidentes dos 18 partidos que formam o arco de alianças que objetiva manter o PTB no comando do Palácio da Cerâmica. Mas Cicaroni não será anunciado oficialmente, para dar visibilidade aos dirigentes partidários. A divulgação deve ocorrer na quarta-feira.

Amanhã, às 11h, Regina Maura, ainda no comando das ações sociais da administração, detalhará uma nova vertente do Programa Pró-família, de transferência direta de renda e outros benefícios para pessoas carentes da cidade.

Trata-se do projeto Busca Ativa, que visa mobilizar entidades do terceiro setor, como igrejas, associações de bairro, instituições de saúde e de caridade, no garimpo de famílias que precisam de serviços públicos para viver. Atualmente, 16 mil famílias integram o programa. Será a última ação da assessora, que deixa o Executivo para a disputa do Palácio da Cerâmica. Ainda não estão definidos os substituto da petebista e do progressista no governo.

ESCOLHA

Cicaroni foi escolhido principalmente pelo contato próximo com a população. Como chefe de Gabinete, estreitou relações com os cidadãos e instituições. Concorria diretamente com Minciotti, que trazia currículo de peso - liderou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Fepasa (Ferrovia Paulista S/A) e a Artesp (Agência Reguladora dos Serviços Delegados de Transportes do Estado de São Paulo) - e tem a grife do PSDB, numa cidade considerada tucana em sua essência - em média, as votações dos candidatos do partido a presidente da República ou a governador atingem 70%.

Mas não foi o suficiente para desbancar Cicaroni. Prevaleceu a atuação pessoal do dentista, que foi braço-direito do ex-prefeito Walter Braido (que morreu em novembro de 2008) em sua última de três gestões (1983 a 1988). Pois seu partido não tem grande expressão no município.

Depois disso, o progressista deu prioridade às atividades privadas e retornou ao serviço público em 2009, no segundo mandato do prefeito José Auricchio Júnior (PTB).

Nas pesquisas qualitativas, Cicaroni acrescenta potencial eleitoral a Regina Maura. Mas o principal fator que levou o chefe de Gabinete a compor a dobrada da chapa majoritária foi sua aprovação no grupo governista.

Ele se viabilizou com partidos políticos e, principalmente, com os vereadores. A Câmara era um dos setores em que o prefeito Auricchio não queria ter dor de cabeça.