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Estudante é libertada no 33º dia de seqüestro
04/11/2004 | 22:15
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Cada vez que o comerciante Yugi Yoshisaki dizia não ter o dinheiro exigido como resgate da filha os criminosos deixavam a estudante de 16 anos, sem comer. Mantinham-na amarrada, em um quarto escuro da casa de uma chácara, em Santa Isabel, na Grande São Paulo.

O seqüestro já havia completado 32 dias quando o telefone tocou nesta quarta-feira à tarde na delegacia daquela cidade. Era um homem que resolveu contar o que sabia. "Talvez um preso ou alguém ligado ao bando", disse o delegado João Roque Américo, titular da Delegacia Seccional de Guarulhos. Ele entregou aos policiais o endereço da chácara.

Às 6 horas desta quinta-feira, com um mandado de busca dado pela Justiça, os policiais cercaram o lugar. Mandaram os bandidos sair. Eram dois, estavam armados com facas e duas pistolas de brinquedo e se entregaram. A vítima foi libertada no 33° dia de cativeiro. Estava debilitada, mas não sofrera violência física. Com a prisão deles - Julio Tartalhia Santos e Bruno da Silva Domingues - os policiais descobriram o homem apontado como mentor do crime: Luis Carlos da Silva. Desvendavam, assim, o mistério sobre como a estudante havia sido dominada.

Era noite do dia 2 de outubro quando a filha de um empresário dono de uma pequena confecção de jeans, foi apanhada. Não havia testemunhas do crime. Ela havia saído de uma festa perto de sua casa quando foi dominada a caminho de casa. Na manhã desta quinta, essa mesma vizinhança, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, foi mais uma vez agitada. Foi descoberto entre os acusados do crime, Silva, vizinho da família da estudante.

Após dominarem a adolescente, os bandidos levaram-na ao cativeiro. Telefonaram à família e exigiram R$ 500 mil de resgate, dinheiro que os pais da vítima não tinham. A DAS (Divisão Anti-Seqüestro) passou a acompanhar o caso. Depois de cinco telefonemas, aceitaram abaixar o valor - já haviam concordado em receber R$ 17 mil quando foram descobertos.

Um dia, os bandidos desconfiaram que a polícia estava por perto. Retiraram a garota da casa e levaram-na para o meio de um matagal, onde ficaram por horas. Quando a polícia chegou de fato, nada perceberam.

Os presos foram levados à delegacia e autuados em flagrante pelo delegado Jorge Vidal Pereiras, que os acusou de porte de arma e droga (tinham uma porção de maconha), formação de quadrilha e seqüestro. Um deles, Domingues, era investigado sob a suspeita de envolvimento num seqüestro em 2003.

Outro preso, Santos, era procurado pela Justiça, pois fugira da prisão onde cumpria pena por roubo. "Vamos investigar a relação deles com outros seqüestros", disse o delegado Wagner Giudice, diretor da DAS.




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