Dois oficiais da Polícia Militar de Rondônia denunciados como os que comandaram o massacre em Corumbiara, o capital José Hélio Cysmeiros Pachá e o tenente Mauro Ronaldo Flores Correia, serao os próximos a sentar no banco dos réus na 1ª Vara do Tribunal do Júri Popular da Comarca de Porto Velho, na próxima segunda-feira, a partir das 8h. Outros sete PMs ainda serao julgados pelo mesmo crime.

O criminalista Marcos Vilela, que fará a defesa de Pachá, disse que irá sustentar em plenário a tese de negativa de autoria. "Vou provar que nao tem nada que incrimine o meu cliente. Nenhum exame de balística indica que os projéteis encontrados nos corpos das vítimas saíram de sua arma. Aliás, ele nao efetuou nenhum disparo e apenas foi denunciado pelo Ministério Público por omissao", argumenta.

De acordo com a opiniao de Vilela, no lugar do capitao PM, quem deveria sentar no bando dos réus deveria ser o ex-governador Valdir Raupp de Matos, o mandatário maior do Estado na época, portanto, também o principal responsável pelo que classificou como verdadeira carnificina.

A confiança de que os jurados irao absolver o capitao Pachá é tanta que o criminalista prevê, inclusive, um julgamento rápido. De acordo com as suas previsoes, a sessao deverá encerrar-se no máximo até às 22h de segunda-feira.

Sem-terra - A mesma tese será sustentada pelo advogado Raul Ribeiro da Fonseca, a quem compete a missao de defender os sem-terra Cícero Pereira Leite, o "Topa Tudo" e Claudenir Gilberto Ramos, o "Búfalo", no próximo dia 25. "Nao existe provas contra eles e vou provar isso", ressaltou.

O julgamento dos dois sem-terra, apontados como líderes do movimento que invadiu a fazenda é o mais esperado dessa pauta e também deverá ser o mais movimentado. Mais de cinco mil trabalhadores rurais devem ocupar a Praça Marechal Rondon e realizar protestos. A Polícia Federal e a PM já pediram reforço para garantir a segurança.