Entre as críticas mais fortes estão a repetição na pauta de reunião, motivo, segundo o prefeito, de sua ausência na maioria delas. “Se você pegar a pauta de reunião do Consórcio de quatro anos atrás e a da próxima é sempre a mesma coisa. Não tenho tempo a perder numa reunião para ficar ouvindo assessores falando meia hora de um assunto de que sou catedrático”, disse.

Ele citou como exemplo a macrodrenagem. “Só que eu, todo dia, corro atrás disso aqui. Por que eu vou lá escutar um cara falando 20 minutos sobre isso? Não preciso estar sentado com seis prefeitos, que até não gostam muito de mim por ideologia, e ficar olhando para a cara deles.”

O prefeito disse que sempre enviou um representante. “Não teve uma reunião do Consórcio, da Câmara Regional e da Agência de Desenvolvimento Econômico que não tenha ido um representante. A periodicidade dos encontros também foi criticada. Ele disse que propôs que as reuniões fossem bimestrais e, quando houvesse assuntos urgentes, semanais.

O prefeito acredita, também, que há manobras políticas dentro do Consórcio. “São cinco a um. São Caetano até hoje não presidiu o Consórcio. Todas as cidades foram, até Rio Grande da Serra foi duas vezes. Eles têm a maioria, sou obrigado a me curvar, então fico quietinho no meu pedaço.”

Tortorello também acha que o prefeito de São Bernardo, Maurício Soares (PPS), se encaixa mais na ideologia petista. “E eu nem posso jogar o Maurício comigo porque ele é egresso do PT. Então são seis contra um. Então, o que eu vou fazer? Vou perder meu tempo?”, disse. “Na democracia tem de repartir responsabilidade da condução. Mas acho que o Consórcio é coisa boa.”

O prefeito também é contra a construção de uma sede para o Consórcio. Ele sugeriu que a entidade deveria ser itinerante. “Ele iria para o prefeito que preside. A Prefeitura cede uma sala, duas ou três. Então, não há aluguel para ser pago, aquele município suporta luz e água. Sempre defendi que cada Prefeitura deveria dar um funcionário”, disse.

Tortorello acha que o gasto é excessivo. “Não geraria gastos de R$ 1 milhão ao ano para tocar uma sede administrativa. É muito dinheiro, eu com isso construo quatro escolas por ano, a R$ 250 mil cada uma.” “Quando chegou em 97, o Celso Daniel, que era o presidente na época, dizia que deveria se montar a sede do Consórcio. Mas não serviria nenhuma das outras cidades, só Santo André. Por quê? O único que bateu o pé fui eu. Se precisar, São Caetano dá a sede de graça. Pra que gastar dinheiro? O Consórcio é uma pessoa jurídica de direito público interno. Se nas próximas administrações aparecer um, dois ou três prefeitos contra, o Consórcio se dilui e Santo André ganha um prédio”, disse.

Favorável – O prefeito ressaltou que o Consórcio também obteve conquistas e avanços. “Nós avançamos no trabalho em conjunto com a Secretaria de Recursos Hídricos do Estado e departamento de Águas e Energia Elétrica na questão das enchentes. Conseguimos a macrodrenagem”, disse. O prefeito destacou também como fatores de crescimento a segurança e a cultura.

O prefeito disse que, do Consórcio, em 1997, foi criada a Câmara Regional do ABC que ele considera “fantástica”. Mas discoda da criação do terceiro órgão: a Agência de Desenvolvimento Econômico. “Esse eu relutei. Ela visa crescer a economia da região. E se é crescer a economia da região eu quero crescer a minha. Ninguém quer perder nada para ninguém”, disse.