A Suprema Corte de Israel ordenou nesta quinta-feira a modificação do traçado de um trecho do muro de segurança que o país está construindo na Cisjordânia. A decisão judicial pretende preservar os direitos de palestinos que seriam prejudicados pela obra.

A Corte, à qual recorreram habitantes da região de Kalkylia (norte da Cisjordânia), ordenou a destruição de um trecho da barreira que criava um enclave palestino. Os nove juízes da Corte acharam de forma unânime que o traçado era ilegal e pediram ao exército um itinerário alternativo.

O recurso foi apresentado pela Associação de Direitos Civis em Israel, que alegou que o traçado da barreira neste trecho prejudicava cinco aldeias da região de Kalkylia.

Este tribunal já ordenou em junho a modificação do traçado da barreira ao longo de 40 quilômetros ao norte de Jerusalém.

Muro- Apresentada por Israel como uma obra para dificultar a ação de terroristas, a barreira de mais de 650 quilômetros de extensão é classificada de 'muro do apartheid' pelos palestinos, pois entra ilegalmente pela Cisjordânia e representa problemas para a criação de um estado palestino viável.

Em uma decisão anunciada em julho de 2004, a Corte Internacional de Justiça considerou ilegal a construção desta barreira e exigiu seu desmantelamento, como fez também posteriormente a assembléia geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Israel ignorou estas solicitações e anunciou que a barreira estará terminada no fim do ano.