Funcionários das casas lotéricas do Grande ABC iniciam campanha salarial deste ano. A negociação promete ser conflituosa diante das reivindicações feitas pelos profissionais do setor, indica o presidente do Seaac (Sindicato de Empregados de Agentes Autônomos do Comércio de Santo André e Região), Vagney Borges de Castro. "Enviamos a pauta no início de março para a classe patronal e, até o momento, não houve proposta que atenda ao nosso pedido", afirma o dirigente.

Hoje, às 17h, haverá reunião entre sindicato e empresários a fim de tentar acordo. No último encontro, representantes do Sincoesp (sindicato patronal/lotéricos) propuseram aumento de 6,3%.

Castro conta que os empresários alegaram que a Caixa Econômica Federal, órgão que supervisiona as casas lotéricas, não aceita repassar percentual maior pelas tarifas de recebimento de contas e jogos. Por essa razão, não conseguiriam atender às cláusulas mencionadas na pauta.

A categoria reivindica reajuste de 10%; aumento do piso salarial para R$ 1.000 (atualmente em R$ 580); PLR (Participação nos Lucros e Resultados); vale-refeição de R$ 18 por dia (hoje em R$ 8,50/dia) e auxílio-creche para os filhos de funcionários de até 6 anos e 11 meses.

Além dessas cláusulas, os trabalhadores, que somam 480 nas sete cidades, reclamam do acumulo de funções. "Hoje as casas lotéricas viraram pequenas agências bancárias. E isso acaba sobrecarregando os funcionários. Somos a favor dos bancos instalarem agências menores em bairros residenciais", reivindica Castro. A data-base da categoria foi no dia 1º. O Seaac abrange as sete cidades, além de Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Poá, e Suzano.