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Saddam diz que não vai abandonar Iraque ou explodir poços
Da AFP
26/02/2003 | 08:36
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O presidente iraquiano, Saddam Hussein, disse que não pretende abandonar o Iraque e que vai "morrer" em seu país, segundo uma entrevista que será divulgada nesta quarta-feira pela rede de televisão americana CBS.

"Nasci aqui, no Iraque (...) Qualquer um que decida abandonar sua nação por exigência de quem quer que seja, não é fiel aos princípios. Morreremos aqui", disse Saddam Hussein à CBS. Durante uma entrevista de duas horas em Bagdá, concedida ao repórter Dan Rather, o presidente iraquiano disse que "morreremos neste país e manteremos nossa honra, a honra necessária ante nosso povo".

Na segunda-feira, a Casa Branca estimou que se fracassar o novo projeto de resolução dos Estados Unidos para desarmar o Iraque, a única opção diplomática será o exílio de Saddam Hussein.

O líder iraquiano também garantiu que não destruirá os poços de petróleo do Iraque, mesmo que os Estados Unidos ataquem o país. "O Iraque não queima sua riqueza e não destrói suas represas". "Esperamos que esta questão não seja uma indicação de que as represas e poços de petróleo iraquianos serão destruídos por aqueles que invadirão o país".

Em 1991, antes do exército iraquiano ser expulso do Kuwait pelas forças aliadas, as tropas e técnicos iraquianos explodiram a maioria dos poços de petróleo kuwaitianos, provocando um desastre ambiental sem precedentes na região.

Na mesma entrevista, Saddam Hussein desmentiu qualquer vínculo entre o Iraque e a rede terrorista Al Qaeda, de Osama Bin Laden. "O Iraque jamais teve relações com a Al Qaeda e creio que o próprio Bin Laden já disse isto em um de seus discursos recentes...".

Os Estados Unidos garantem que o regime iraquiano mantém relações com a Al Qaeda, apontada como a responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 contra Nova York e Washington, que deixaram quase 3 mil mortos. Na entrevista à CBS, Saddam Hussein também reafirmou que não pretende destruir os mísseis Al Samud 2, como exige a ONU, garantindo que estas armas não violam as resoluções da organização.

Bagdá assinalou nesta terça-feira que segue analisando a questão dos mísseis. "Nossa posição continua sendo a mesma. Estamos analisando", declarou o assessor presidencial iraquiano para o desarmamento, general Amir Al Saadi.

O chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, disse em Nova York que ainda aguarda uma resposta iraquiana, mas deixou claro que a ordem para destruir os mísseis Al Samud 2 não é negociável.

Blix enviou uma carta ao general iraquiano Amir Al Saadi exigindo o início da destruição dos mísseis antes do próximo sábado, sob a supervisão dos inspetores da ONU. Segundo Blix, os Al Samud 2 violam o limite de alcance de 150 km imposto pela ONU. O tema dos mísseis se converteu em elemento central da crise iraquiana, e pode fazer pender a balança no Conselho de Segurança.




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