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Chefe da inteligência é envolvido no escândalo da maleta
Da AFP
21/12/2007 | 16:48
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A justiça americana acusa o diretor dos serviços de inteligência venezuelanos de envolvimento direto no caso Antonini - mais conhecido como o empresário do escândalo da mala, e para quem telefonou duas vezes segundo um documento divulgado nesta sexta-feira.

O diretor da inteligência, identificado como "Arvelo", teria ligado para o empresário americano-venezuelano Guido Antonini Wilson em 6 de novembro em Miami tranqüilizando-o sobre suas "preocupações" com os desdobramentos do escândalo da mala contendo US$ 800 mil com a qual tentou entrar clandestinamente na Argentina.
 
Segundo provas obtidas pelo FBI (polícia federal americana) e incorporadas ao processo, o dinheiro que Antonini transportava era destinado à campanha eleitoral da então candidata presidencial Cristina Kirchner, que venceu as eleições de outubro.

Outro telefonema do chefe da inteligência venezuelana aconteceu no dia 18 de novembro, outra vez sob o codinome "Arvelo" para informar Antonini de que o advogado venezuelano Moisés Maonica - detido depois em Miami e acusado de ser um agente secreto da Venezuela - entraria em contato com ele para aconselhar a estratégia a seguir para encobrir os fatos.

Um "grand jury" americano - um júri composto por um maior grupo de pessoas que ouvem as provas apresentadas contra uma pessoa suspeita e determinam se há provas suficientes para levar a pessoa a juízo - decidiu na quinta-feira pela acusação formal contra cinco supostos agentes encobertos da Venezuela. Eles estariam envolvidos no caso do envio clandestino do dinheiro venezuelano que Antonini Wilson levou numa maleta para Buenos Aires.

Processo- O documento completo da acusação final, assinado pelo promotor federal do sul da Flórida, Alexander Acosta, o promotor adjunto Thomas Mulvihill e o representante do departamento de Justiça, Clifford Rones, foi divulgado nesta sexta-feira com o relato dos fatos que levaram à detenção de quatro pessoas.

Os venezuelanos Moises Maiónica, 36 anos, Franklin Durán, 40, e Carlos Kauffmann, 35, e o uruguaio Rodolfo Wanseele Paciello, 40, estão detidos pelo escândalo internacional que repercute nas relações entre Argentina, Venezuela e Estados Unidos.

Outro venezuelano, Antonio José Canchica Gómez, 37 anos, acusado também de ser agente, está foragido.

Segundo o processo, os supostos agentes venezuelanos se reuniram entre meados de agosto e dezembro várias vezes com Antonini Wilson, que tem residência fixa em Miami.

Nesses encontros informaram a Antonini que altos funcionários da Venezuela, em especial da vice-presidência, do serviço de inteligência e do Ministério da Justiça, estavam preocupados com o desdobramento do caso, e tentavam fazer com que fosse ocultado o papel do governo venezuelano no envio do dinheiro.

Antonini Wilson, pedido em extradição pela Argentina por contrabando e lavagem de dinheiro, colaborou com o FBI e não enfrenta acusações judiciais nos Estados Unidos.




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