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Toxoplasmose mata animais raros em Sorocaba
Do Diário do Grande ABC
30/03/1999 | 16:32
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Um surto de toxoplasmose matou os quatro exemplares de uma família de micos-leoes-dourados, espécie em risco de extinçao, no zoológico de Sorocaba, no interior de Sao Paulo, considerado um dos mais completos do País. Segundo a Curadoria do Meio Ambiente da Comarca, existem apenas 250 exemplares dessa espécie na natureza, no Brasil, único local onde ocorre no mundo.

A administraçao do zôo atribuiu o surto à entrada de gatos domésticos nos recintos. O protozoário causador da doença é transmitido pelas fezes desses animais. Foi descoberta uma "ninhada" de gatos sobre o recinto que era habitado pela família de micos - um casal e dois filhotes.

De acordo com o diretor do zoológico, Eduardo Barros Steffen, além da natural invasao do recinto por gatos da vizinhança, visitantes também costumam soltar no zôo animais indesejáveis. O diretor teme que a doença, que afeta o sistema imunológico dos animais e causa sua morte, possa atingir os leoes e onças do zoológico, dificultando seu controle.

"Os felinos resistem, mas para os primatas, a doença é letal", explicou. Funcionários do parque estao apreendendo os gatos e levando para longe do zôo. "Estamos procurando conscientizar os visitantes", disse Steffen. Segundo ele, nao há como controlar os gatos da vizinhança, que invadem o zôo. Há cerca de dois anos um surto da mesma doença dizimou cinco macacos-barrigudos.

A morte dos micos-leoes-dourados levou o promotor de Justiça Arnaldo Marinho Martins Júnior, curador do Meio Ambiente de Sorocaba, a abrir inquérito civil para apurar responsabilidades. Ele acredita que pode haver relaçao entre o surgimento da doença e o estado de abandono do zôo, tido como modelo na reproduçao de espécies ameaçadas. O alambrado que cerca o parque e parte dos recintos foram afetados por um temporal ocorrido em outubro do ano passado e ainda nao foram consertados.

O promotor considera a morte dos animais ameaçados de extinçao uma perda irreparável para o meio-ambiente. Mas o diretor do zôo disse que outros zoológicos fazem a reproduçao da espécie em cativeiro, o que torna possível a reposiçao dos animais mortos.




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