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Com bomba ou sem bomba
Rodolfo de Souza
29/12/2022 | 10:49
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Domingo o presidente diplomado toma posse. Entenda que não me deixa assim tão à vontade a derrapada no tempo verbal. Abuso dela aqui, porque sua aparência, aos poucos, ganha contornos de normalidade e consequente aceitação pela norma culta desse idioma, além de já fazer parte de um estilo. Não que a minha birra tenha mais importância do que o evento que está prestes a acontecer em solo Tupinambá. Isso não. Mesmo porque, a imensa pátria mergulha agora numa maré de esperança com direito a voltar a sonhar, inclusive.

Esta rica e empobrecida terra parece que respira agora aliviada. Fica mesmo a impressão de que lhe fora arrancado do rosto algo que impedia a livre circulação do ar em suas narinas. Sentimento sufocante que a agonizava e também à sua gente. Gente aqui, que fique bem claro, é população de verdade, não meia dúzia que desfila pelas ruas envolta em nossa preciosa bandeira, pedindo liberdade para continuar a extorquir, a explorar, depredar, matar...

Mas o momento é de euforia, embora o bom senso nos alerte para o fato de o Brasil ter pela frente desafios dos mais difíceis. O retrocesso econômico e social a que fora submetido nos últimos anos é obstáculo a ser transposto sem demora para que tudo resulte satisfatório logo mais. Há quem duvide de que a situação seja realmente dramática. A desinformação, aliás, é ferramenta utilizada com muita competência por aqueles que têm lutado com fervor só para ver o povo cada vez mais pobre e ignorante. Seu êxito, diga-se de passagem, se escancara nos comentários descabidos a fervilhar nas redes sociais. De fato, amigo leitor, temos hoje redes sociais, que nos deixam a par do nível de entendimento em que se encontra essa população.

Claro que não nos convém agora o desgaste mental em torno de tema tão complexo, fora do alcance e de solução a longo prazo a depender de futuras medidas políticas. Entretanto, cabe destacar nestas linhas a ameaça que representa a miopia de gente que não enxerga um palmo adiante do nariz e mete os pés pelas mãos, considerando sábios os seus atos. Exemplo disso é o número exorbitante de portadores de armas espalhados por esse território, que depositam nelas um forte sentimento de força e poder.

Pessoas que têm o ódio como bandeira pela qual lutam como se fosse uma causa, sem mesmo entender o porquê, sem mesmo entender que, com isso, contamina a sociedade a cada dia. E a coisa tomou proporções tamanhas que, em dado momento, escaparam do controle das autoridades que ocupam seus cargos para defender aquele que tem se tornado vítima frequente dos ataques insanos.

E a situação se tornou tão grave que fuzis, pistolas e metralhadoras agora estão perdendo espaço para bombas. São criminosos que articulam espalhar o terror para impedir que tome posse o presidente diplomado. Aliás, tenho a impressão de que até essa ideia foi deixada de lado. Parece que praticam a violência pela violência. Já não lhes importa o motivo. Mas o dia de ano, o dia consagrado à paz mundial está próximo. É o limiar de um novo tempo. E isso ninguém pode negar.

Rodolfo de Souza nasceu e mora em Santo André. É professor e autor do blog cafeecronicas.com




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