O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis vai pedir o reconhecimento da profissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não queremos assistencialismo", disse Luiz Henrique da Silva, da equipe de articulação do movimento.

Setecentos líderes do movimento dos catadores estão reunidos em Brasília, onde devem permanecer até quinta-feira. Nesta quarta, às 15 horas, eles irão, em passeata, até o Palácio do Planalto, onde esperam se reunir com o presidente Lula. A Secretaria de Imprensa da Presidência da República não confirmou o encontro.

Silva ressaltou que existem, atualmente, "iniciativas de assistência social", embora não haja "reconhecimento pelo serviço prestado".

Os catadores querem valorizar a atividade que exercem. Segundo Silva, as associações da categoria prestam um serviço "relevante para o município, mas não existe nenhuma política pública que contemple seus membros. Todas as empresas que geram trabalho têm algum incentivo. Queremos provar para o Lula que também somos geradores de emprego", afirmou o líder.

Para ele, o trabalho dos catadores poupa dinheiro público, já que as prefeituras deixam de gastar com a coleta e transformação do lixo aproveitável. "Queremos o nosso reconhecimento e incentivo. O governo paga por tonelada coletada e por tonelada tratada. É pago duas vezes, damos uma economia tremenda".

O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis estima que existam, em todo país, 800 mil pessoas vivendo da coleta de material. Sessenta e cinco por cento trabalham nos lixões a céu aberto.