É inegável a importância da segunda pista da Rodovia dos Imigrantes, que hoje completa 20 anos de sua inauguração. Sem a obra viária, que levou quatro anos para ficar pronta, conforme relata reportagem publicada nesta edição do Diário, acessar o Litoral paulista seria uma tarefa das mais difíceis. Todavia, os problemas na estrada foram se acentuando com a passagem do tempo. A montanha de contratempos enfrentados pelos usuários não é compatível com a cobrança do pedágio mais caro do Brasil – R$ 33,80 desde a meia-noite de ontem. Os congestionamentos são a cada dia mais frequentes. Ontem, outra vez, motoristas e usuários tiveram de ter paciência para concluir a viagem.

Além do excesso de veículos, razão de boa parte dos congestionamentos, a segunda pista da Imigrantes também se notabiliza pelo alto número de acidentes no trecho que corta a Serra do Mar. Em 2021, foram 120, redução de 8% em relação aos 131 ocorridos no primeiro ano de existência da estrada – queda ínfima, diga-se, quando se leva em consideração o amplo avanço tecnológico dos veículos ocorrido nas últimas duas décadas. Certamente não é por falta de dinheiro que a concessionária Ecovias, que administra o SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), não consegue derrubar significativamente os índices de violência no asfalto. No mesmo período, as tarifas do pedágio foram reajustadas em 252,08%.

Pelo preço que cobra dos usuários, a segunda pista da Imigrantes deveria proporcionar viagens sem nenhum contratempo. Não é o que se vê. Muito pelo contrário. Há relatos de descontentamento generalizado com a qualidade de prestação dos serviços. É exatamente por tudo isso que a estrada que hoje completa 20 anos merece os parabéns pela data, mas a concessionária que a administra precisa de um puxão de orelhas neste 17 de dezembro. A rodovia possui série de problemas que não são condizentes com o pedágio mais caro do Brasil. É muito dinheiro entrando em caixa e poucas providências para reduzir os percalços enfrentados por motoristas e passageiros na descida para o Litoral.