Prefeito de São Bernardo corre o risco de ser derrotado pela primeira vez, desde que assumiu, na definição do presidente do Legislativo
Perto de ser derrotado na eleição para escolha do novo presidente da Câmara de São Bernardo, o prefeito Orlando Morando (PSDB) tenta os últimos movimentos nos bastidores para eleger um nome de sua confiança. Segundo apuração do Diário, o chefe do executivo pediu à sua base no Legislativo para atuar no sentido de evitar que o nome de Fran Silva (PSD), tido como favorito, saia vitorioso.
Orlando quer que o novo presidente da Câmara seja alguém indicado por ele, e não um nome saído de uma articulação entre os parlamentares. O tucano quer repetir os seis primeiros anos de mandato, quando emplacou Pery Cartola (PSDB), o falecido Ramom Ramos (ex-PDT), além de Juarez Tudo Azul (PSDB) e Estevão Camolesi (PSDB).
Fran Silva pertence à base governista e participou ativamente da campanha pela reeleição da deputada estadual Carla Morando (PSDB), mulher de Orlando, mas não tem a confiança que o prefeito depositou nos presidentes que receberam seu apoio na disputa. Camolesi, por exemplo, até agora não deu um passo sem consultar o chefe do Executivo, dizem colegas de Câmara.
Depois de propor os nomes de Almir do Gás, Afonso Torres e Toninho Tavares, todos do PSDB, mas sem sucesso, Orlando agora estuda a possibilidade de indicar alguém de seu secretariado para concorrer à eleição no Legislativo. Segundo uma fonte do Diário, o nome mais cotado é o de Alex Mognon (PSDB), secretário de Esportes.
"Ele precisa de alguém da confiança dele, que faça tudo o que ele quer, como é o Estevão Camolesi (PSDB). Se não houver um presidente que seja subserviente a ele, o caminho para a indicação de um nome à eleição municipal de 2024 fica muito difícil. E a eleição do Fran, por outro lado, pode fortalecer uma possível candidatura do Marcelo (Lima) a prefeito. O Orlando não quer perder o controle da política da cidade", disse a fonte. "A eleição do Fran provocaria um racha na base governista", completou.
De acordo com outro parlamentar ouvido pelo Diário, a demora para a convocação do pleito que definirá o presidente do Legislativo para o biênio 20232024 pode ter relação com a tentativa do prefeito em ter um nome indicado por ele na principal cadeira da casa. "Quem convoca é o presidente da Câmara. Bom, e o nosso presidente é um parlamentar completamente subserviente ao prefeito. Nós entramos em recesso no dia 15, e se a eleição não acontecer até lá, terá que ser convocada uma sessão extraordinária até 31 de dezembro, pois não podemos entrar em 2023 sem presidente. Se a eleição fosse hoje, provavelmente o Fran venceria e o Orlando não quer isso. É só fazer as contas", disse parlamentar ao Diário.
Diferentemente de Estevão Camolesi, o novo presidente poderá ser reeleito em 2024, caso mantenha o cargo de vereador na eleição municipal. Isso porque a reeleição para presidente da Câmara só pode ocorrer quando há mudança de legislatura.
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