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Neve cai na Ucrânia, onde 10 milhões estão sem energia por ataques russos
19/11/2022 | 08:37
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Acostumados a temperaturas de -6°C entre os meses de dezembro e março, os ucranianos já ligaram o alerta nesta sexta, 18, quando os termômetros marcaram -1°C, dia em que a neve começou a cair em Kiev. Pelo menos 10 milhões estão sem energia no país, que teve quase metade da rede de energia elétrica danificada desde o mês passado pelos intensos bombardeios russos. As temperaturas mais baixas estão colocando pressão adicional ao sistema.

Com isso, a Rússia está transformando o inverno do Hemisfério Norte - que oficialmente começa em 21 de dezembro - em uma anunciada arma de guerra, mesmo quando seus soldados estão fora de controle no campo de batalha.

À medida que a mudança de estação se aproxima, a Rússia intensifica o uso de mísseis em navios, artilharia terrestre e aérea para destruir a infraestrutura da Ucrânia e privar milhões de calor, luz elétrica e água potável.

Nevascas

Os últimos ataques russos ocorreram na quinta-feira, 17, e coincidiram com as primeiras nevascas na Ucrânia. Segundo o presidente Volodmir Zelenski, 10 milhões ficaram sem energia por causa dos novos bombardeios, principalmente nas regiões de Kiev, Odessa, Sumi e Vinnitsia. Na terça-feira, uma centena de mísseis lançados contra várias cidades ucranianas, incluindo Kiev, também deixou outros 10 milhões sem energia. O fornecimento de energia foi retomado no mesmo dia para eles. A Ucrânia tinha uma população de cerca de 40 milhões antes da guerra. Também na vizinha Moldávia houve cortes de energia com os ataques de terça-feira, 15.

Manter as luzes acesas para os milhões que vivem em cidades e vilas longe do front - e manter esses lugares funcionando durante o inverno - é agora um dos maiores desafios que a Ucrânia enfrenta. "Se sobrevivermos a este inverno, e definitivamente sobreviveremos a ele, venceremos esta guerra", disse Zelenski, na quarta-feira.

O primeiro-ministro ucraniano, Denis Chmigal, pediu ontem ajuda adicional à União Europeia para a compra de volumes adicionais de gás.

Gás

Alguns mísseis russos disparados na quinta-feira atingiram sistemas de energia e outros alvos civis em diversas cidades. A Naftogaz, produtora estatal de petróleo e gás, afirmou que uma instalação de produção de gás natural no leste ucraniano sofreu um "ataque em massa".

Os bombardeios também danificam sistemas de abastecimento de água essenciais para a produção de energia e comprometeram a conexão de duas usinas nucleares ligadas à rede nacional da Ucrânia - o que forçou os operadores nucleares a reduzir drasticamente a quantidade de energia que produzem.

A concessionária nacional de energia já impôs apagões abrangentes, mas controlados, que incluem todas as regiões do país.

Ataques guiados

O chefe da Ukrenergo, a concessionária nacional de energia elétrica, Volodmir Kudritski, disse que os militares russos estavam sendo guiados por engenheiros elétricos familiarizados com a rede de energia do país, já que grande parte dela foi construída quando a Ucrânia fazia parte da União Soviética.

A precisão dos ataques à infraestrutura contrasta com a desordem que caracterizou grande parte do esforço militar russo. Em meio às derrotas no campo de batalha, Moscou intensificou a campanha militar para subjugar a Ucrânia, visando a infraestrutura civil. Até agora, a Ucrânia conseguiu encontrar uma maneira de resistir aos ataques com esforços para restaurar a infraestrutura.

As autoridades ucranianas afirmam que um dos objetivos do Kremlin com esses ataques é causar uma nova saída em massa do país, mas não há evidências que isso ocorra no momento. Segundo Levitski, os apagões controlados - que crescem após cada ataque - permitiram que os engenheiros estabilizassem a rede. Os trabalhadores de serviços públicos ucranianos também conseguiram manter a água fluindo, apesar das interrupções temporárias.

Esse controle é crucial para a Ucrânia, um país 70% urbano, onde as consequências de um colapso energético podem se desencadear rapidamente. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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