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Agência regional quer abrir diálogo com GM

Presidente da instituição diz que solicitou reunião com a empresa e aguarda agendamento

Da Redação
28/10/2022 | 08:25
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Celso Luiz/DGABC


A Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC solicitou reunião com a GM (General Motors) após notícias sobre demissões e encerramento da produção do Onix Joy na planta de São Caetano, assim como a divisão das operações do SUV Tracker com a planta da empresa na Argentina. A GM ainda não respondeu a solicitação realizada na quarta-feira (26) pela entidade regional, mas destaca que está investindo R$ 10 bilhões nas unidades do Grande ABC e São José dos Campos.

O presidente da Agência de Desenvolvimento, Aroaldo Oliveira da Silva, comentou que a instituição se preocupa com o futuro das empresas na região. Por isso, deseja dialogar com a GM como forma de compreender melhor quais serão os rumos da companhia. "Lemos a nota oficial da GM. Mesmo assim, queremos estabelecer um contato com a montadora para entender todo esse processo. É importante também que ela fale dessa mudança do portfólio na fábrica de São Caetano", afirma. "Em um passado recente, começamos a estabelecer um contato com montadoras para saber sobre futuros investimentos e transições. Solicitamos ontem (quarta-feira) conversa com a GM. Ainda não tivemos retorno."

IMPORTÂNCIA DA GM

O presidente da Agência destacou que a GM exerce papel fundamental na economia de São Caetano e, consequentemente, do Grande ABC. "A importância dessa unidade repercute sobre toda cadeia produtiva. Existe uma série de fornecedores, tanto na cidade quanto na região, que depende dessa montadora", afirmou.

Segundo ele, as operações da fábrica influenciam em empregos diretos, indiretos e "induzidos". "O trabalhador utiliza do comércio em torno da empresa e também compra localmente perto da moradia dele. Um emprego em montadora tem enorme relevância, ainda mais na nossa região que é altamente industrializada."

As montadoras contribuem para pagamentos do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), por exemplo. "A planta da GM ajuda na arrecadação. Esses valores se desdobram sobre os outros municípios", diz Aroaldo.

PALAVRA DO SINDICATO

A GM tem cerca de 6.000 trabalhadores na fábrica da Avenida Goiás, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico e Eletrônico, Siderúrgicas, Veículos e de Auto Peças de São Caetano. A média salarial dos empregados mensalistas é de R$ 9.500, já dos horistas está em R$ 4.500.

Ontem (27), na portaria 4 da planta de São Caetano, os funcionários se reuniram para rejeitar as propostas de compensação de dias-pontes e dos jogos da Copa do Mundo, acordadas entre sindicato e GM. O presidente da entidade sindical, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, afirma que, com a decisão da maioria, os metalúrgicos trabalharão normalmente nos jogos e dias-pontes.

Em relação às operações do Onix, Cidão reitera que elas serão paralisadas hoje. "Em 2022, a GM já contratou 860 pessoas e desligou 314. Essas pessoas contratadas já serão treinadas para a implementação da Nova Montana. Não tem a mínima possibilidade da GM ir embora neste momento", garante. "As alterações anunciadas estavam programadas. O que estamos tentando mudar é o cenário das demissões. Tivemos 23 desligamentos, sendo 11 pedidos e 12 demissões. Estávamos quase revertendo seis, mas teremos que rediscutir isso."




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