O que mais sofreu, no entanto, foi Rubinho. Para o presidente da FOM (empresa que cuida dos interesses comerciais da categoria), o brasileiro é um "mercenário", já que aceita pacificamente a posição de segundo piloto. "No final das contas, você acaba se tornando um mercenário e Rubens é provavelmente um desses caras que ficam felizes em fazer a escolta de Michael", acrescentou.

Ecclestone ainda comparou a posição de Barrichello com a dos principais pilotos da categoria que estão em outras escuderias. De acordo com suas declarações, se o espanhol Fernando Alonso (Renault), o colombiano Juan Pablo Montoya (Williams) ou o finlandês Kimi Raikkonen (McLaren) estivesse na Ferrari, a história da F-1 seria outra nos último anos. "Isso o faria (Schumacher) acordar. Eu não poria meu dinheiro nele nessas circunstâncias", disse o empresário.

Já o pentacampeão Michael Schumacher foi comparado com o tricampeão Ayrton Senna. Para ele, 'Schummy' só conseguirá provar que é realmente um bom piloto quando tiver um companheiro de equipe "decente". "O Ayrton tinha um companheiro que podia forçá-lo", declarou Bernie.

Apesar da maioria dos recordes da Fórmula 1 pertencerem alemão, e a comparação entre pilotos de diferentes épocas ser evitada entre os especialistas, o 'chefão' da categoria afirmou que Senna era melhor que Schumacher. "Michael é o melhor até este momento mas é difícil de dizer se ele é melhor do que o Ayrton", afirmou.

As críticas de Bernie Ecclestone não acabaram por ai. De forma irônica, ele atacou os dirigentes da escuderia italiana, que não permitem, por contrato, que Barrichello ande na frente do seu companheiro. "Você nunca vai ver alguém desafiando Michael na mesma equipe, pois não é permitido a seu companheiro de equipe vencer".

Quando as críticas pareciam ter acabado, o empresário passou a atacar o escocês David Coulthard. Para Bernie, Coulthard deveria deixar a McLaren para não se tornar um Tim Henman das pistas (Henmam é um jogador inglês de tênis que ainda não conquistou nenhum título de torneio Grand Slam da Associação dos Tenistas Profissionais - ATP).

"Gosto muito de David e ele é um piloto talentoso, mas ele poderá acabar como Henman, que é bom mas não é um campeão. Ele está correndo para uma equipe campeã mundial, mas ainda não conseguiu ganhar um título. Quem sabe se ele deixasse a equipe seria bom para David, pois se sente cômodo na McLaren. Isso lhe daria uma motivação adicional", finalizou Ecclestone.