Percentual de eleitores do Grande ABC que não foram votar no primeiro turno é o menor das últimas três pleitos
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O índice de abstenções registrado no Grande ABC no primeiro turno das eleições deste ano atingiu 19,83%, patamar menor em relação aos dois últimos pleitos, de 2018 e 2020, de acordo com levantamento feito pelo Diário com base nos resultados das primeiras etapas. No dia 2 de outubro, 426.607 eleitores aptos a votar deixaram de ir às urnas nas sete cidades.
Na última disputa nacional, em 2018, número de ausências foi de 422.101, mas as abstenções daquele ano representaram 23,95% do eleitorado.
"O número de eleitores aumentou nos últimos quatro anos, então é normal que o número bruto de ausências também aumente. Mas é preciso olhar para a relação entre a quantidade de abstenções e o número de eleitores. Nesse sentido, a porcentagem de ausências neste ano foi menor em relação a 2018", explicou Antonio Fernando, professor de economia da Fundação Santo André.
Já em relação às eleições municipais de 2020, a quantidade de pessoas que deixaram de ir às urnas caiu drasticamente. Naquele pleito, que foi realizado em meio à crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, o número de abstenções foi de 552.101, que à época representava 26,37% do eleitorado do Grande ABC.
"Como ainda era pandemia e não tinha vacina, as pessoas ficaram com medo de se contaminar comparecendo às urnas. Naquele ano, o número de abstenções foi acima do normal em todo o País, muito por conta desse fato", analisou o professor.
No primeiro turno deste ano, numericamente a maior ausência foi registrada em São Bernardo, onde 122.826 eleitores deixaram de votar, ou 19,20% do total. Levando em conta a proporção, a maior taxa de abstenções foi em Rio Grande da Serra (20,95%), cidade que tem o menor colégio eleitoral da região.
O ranking regional é seguido por Santo André, onde 121.592 (20,85%) eleitores se abstiveram de votar na primeira fase do pleito. Em seguida aparecem Ribeirão Pires, que registrou 20,77% de ausências (18.862). Diadema aparece logo depois, com um total de 67.053 (19,76%) abstenções, acompanhada por Mauá, com 61.757 (19,55%), e São Caetano, com 27.034 (18,47%) ausências.
A queda no ranking da região andou na contramão das abstenções nacionais, que aumentaram em relação ao último pleito. Em 2018, 20,3% do eleitorado brasileiro não compareceram às urnas, enquanto 20,95% se abstiveram no primeiro turno em 2022.
As abstenções da região também foram menores do que os números registrados no Estado de São Paulo. Ao todo, 7.495.213 deixaram de votar, o que representa cerca de 21,61% do colégio estadual.
Para o advogado Leandro Petrin, especialista em direito eleitoral, a baixa abstenção no Grande ABC também se deveu ao elevado número de concorrentes das sete cidades. "Muitos candidatos da região foram eleitos e isso pode estar relacionado às baixas abstenções. Havia muitos nomes conhecidos, como Alex Manente, Ana Carolina Serra, Luiz Marinho, Carla Morando e vários outros. São nomes de peso e que se elegeram com muitos votos. A população apostou nos candidatos da região."
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