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Projetos de Orlando dividem a base do governo na Câmara

Prefeito fez reunião com parlamentares para discutir a venda das áreas de duas secretarias, mas apenas 12 marcaram presença

Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
11/10/2022 | 08:39
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Celso Luiz/DGABC 26/5/22


Os projetos apresentados à Câmara pela Prefeitura de São Bernardo, comandada por Orlando Morando (PSDB), na semana passada dividem opiniões entre os vereadores da base do governo tucano. Em uma reunião realizada na tarde de ontem, apenas 12 dos 24 parlamentares da base estavam presentes.

O objetivo da reunião era discutir as duas propostas, que preveem a venda dos terrenos onde estão as secretarias da Educação, localizada no bairro Nova Petrópolis, e de Serviços Urbanos, no Rudge Ramos. Mas, de acordo com apuração do Diário, os projetos não foram pautados por conta da falta de quórum.

Uma fonte revelou que boa parte da base do governo foi contrária aos projetos, o que pode ter provocado um racha entre os governistas com relação às propostas. Ainda segundo essa fonte, Orlando Morando convocou a reunião para convencer os parlamentares a apoiarem as matérias, mas o fato de apenas metade deles comparecer deixou evidente que o Executivo terá dificuldade para ter o aval do Legislativo para negociar as áreas.

A oposição aos projetos ficou clara logo que chegaram à Câmara. Tanto que levou o Paço a pedir a retirada das propostas da pauta do Legislativo no mesmo dia em que foram entregues para apreciação dos vereadores. O Diário entrou em contato com a Prefeitura, que não deu justificativa para a proposição das vendas, apenas reforçou o ofício enviado pelo prefeito ao presidente da Câmara, Estevão Camolesi (PSDB), sobre a retirada do projeto. No entanto, há informações nos bastidores de que o Executivo irá insistir nas proposições e que, inclusive, já existem interessados do ramo da construção civil.

Nas propostas, o Paço usa a justificativa de que "a manutenção da instalação dos equipamentos públicos não é a forma mais adequada de utilização do espaço, cujo perfil de ocupação se modificou consideravelmente nos últimos anos". O projeto ainda considera que "a manutenção de próprios municipais na região pode desestimular novos investimentos".

Principal nome de oposição à gestão de Orlando Morando, a vereadora Ana Nice (PT) disse que seu gabinete entrará com uma ação contra o governo tucano caso haja insistência nas proposições. Outros parlamentares também revelaram suas objeções aos projetos. "Os terrenos não estão desocupados, estão em áreas nobres e a cidade, segundo informa o próprio Executivo, não está endividada. Então, por que devemos nos desfazer de equipamentos públicos tão importantes e, no caso da Secretaria da Educação, tão tradicionais? Não há qualquer justificativa plausível", afirmou o vereador Julinho Fuzari (PSC).

A Secretaria da Educação ocupa o prédio há 30 anos e leva o nome do engenheiro Salvador Arena, empresário brasileiro que fundou a Termomecânica e a Fundação Salvador Arena, uma das escolas mais tradicionais de São Bernardo.

"O Salvador Arena é um símbolo da nossa cidade. Vender um prédio há muito tempo estabelecido e que leva o seu nome é desrespeitar tudo o que ele significa para a educação de São Bernardo", disse Fuzari.




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