Doze dias depois de expulsar quatro parlamentares radicais, a direção nacional do PT muda o discurso e adota uma linha conciliadora. O presidente do partido, José Genoino, diz que o PT poderá subir no mesmo palanque dos candidatos dos radicais nas próximas eleições. "Se os candidatos que eles apoiarem forem bons, o PT também poderá apoiá-los. Não há nenhum problema." Genoino acha que agora, com os radicais fora do partido, será mais fácil conviver com eles. A senadora Heloísa Helena (AL) e os deputados João Batista de Araújo, o Babá (PA), João Fontes (SE) e Luciana Genro (RS) foram expulsos no dia 14, por maioria de quase 70% dos integrantes do diretório nacional petista.

"Acho que a relação com os radicais será muito melhor agora que estão fora do PT. Nós não temos nada contra nenhum deles. Desejo que tenham um futuro brilhante."

O presidente do PT afirma ainda que ofereceu todas as condições para que os radicais dissessem pelo menos uma palavra de arrependimento no dia em que foram julgados e condenados à expulsão, mas ninguém recuou em nada. Babá, por exemplo, preferiu acusar o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "traição".

Os acenos de Genoino para os radicais não empolgaram. O deputado Babá, que é uma espécie de porta-voz dos quatro ex-petistas, diz que não adianta Genoino oferecer a conciliação. Mostra-se desconfiado. "Não temos nem partido. Não é hora de falar nisso. Não sabemos nem mesmo quem vamos apoiar. Nenhum de nós será candidato no ano que vem", lembra ele.