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Ministro do STF confirma pressão, mas nega influência
Do Diário OnLine
31/08/2007 | 15:40
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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowkski, negou nesta sexta-feira que algum tipo de pressão exercida pela mídia ou pela opinião pública tenha mudado seu comportamento durante o julgamento da denúncia do escândalo do ‘Mensalão’ (espécie de ‘mesada’ paga a parlamentares da base aliada para que votassem a favor de projetos de interesse do governo), que abriu processo contra 40 pessoas acusadas de participar do esquema fraudulento, todas denunciadas pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.

De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal ‘Folha de S.Paulo’, Lewandowski foi flagrado em Brasília dizendo, durante uma conversa telefônica, que se sentiu com a “faca no pescoço” durante o julgamento. Ele confirmou a conversa, mas deixou claro que se tratava apenas de um desabafo.

O integrante do Supremo também se mostrou chateado com a publicação, no jornal ‘O Globo’, de uma conversa que ele teve com outra ministra do STF, Carmen Lúcia, durante uma das sessões que apreciava o caso do ‘Mensalão’ na Suprema Corte.

Na conversa, ele fez críticas a outro membro do STF, o ministro Eros Grau, afirmando que Grau poderia mudar o voto no caso apenas para beneficiar o amigo Carlos Alberto Direito que nos dias seguintes seria eleito o mais novo ministro do STF.

Ricardo Lewandowski, que declarou que tentaram prejudicar sua imagem pública com o fato, disse já ter conversado e se entendido com Eros Grau.

Críticas –
No entanto, as declarações de Lewandowski de que teria sofrido pressão no julgamento já repercutiu entre os acusados, que começaram a questionar o julgamento no Supremo.

Segundo o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, indiciado por formação de quadrilha e corrupção ativa, no mínimo o julgamento está sob suspeição.

Para ele, houve uma grande interferência da imprensa no julgamento. “Estamos caminhando para uma ditadura da mídia”, desabafou.

Já o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da Câmara quando o escândalo estourou em 2005 e que também sentará no banco dos réus, afirmou que o fato de um juiz dizer que ficou com a faca no pescoço tira o crédito do julgamento.

Resposta –
Para tentar colocar um ponto final da polêmica, a presidente do Supremo, ministra Ellen Gracie, divulgou uma nota oficial afirmando que pressões externas jamais afetariam uma decisão do Supremo.



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