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Aliança é chave no futuro da oposiçao mexicana
Do Diário do Grande ABC
06/07/1999 | 18:22
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A Uniao das forças opositoras do México é uma via para se chegar à presidência no ano 2000 e terminar com 70 anos de poder do Partido Revolucionário Institucional (PRI), mas ``nao a qualquer custo', de acordo com distintas fontes políticas.

As eleiçoes, celebradas domingo passado no Estado do México, onde venceu o PRI com cerca de 40% dos votos frente a uma oposiçao desunida, e os celebrados em Nayarit, com a vitória de uma Aliança para a Mudança, com cerca de 50% dos votos, reavivaram o tema da necessidade da criaçao de uma coalizao que faça frente ao poder priísta.

O deputado Demetrio Sodi, do Partido Revolucionário Democrático (PRD, centro-esquerda), comentou nesta terça-feira que a aliança nao deve acontecer ``a qualquer preço'. ``Se houver concordâncias, temos que fazer a coalizao, mas se nao há, nao pode haver motivo para isso', afirma.

As pesquisas de opiniao divulgadas informam que a oposiçao unida poderia somar entre 44 e 49% dos votos na eleiçao presidencial do ano 2000. Se a oposiçao concorre com candidatos independentes para cada partido, o PRI ganharia sem importar praticamente quem de seus quatro aspirantes fosse o candidato.

Os principais envolvidos na aliança opositora seriam os partidos Açao Nacional (PAN) e da Revoluçao Democrática (PRD, centro-esquerda), cujas diferenças ideológicas e a existência de pré-candidatos internos fortes, sao obstáculos à unidade.

A esse respeito, Ricardo Monreal, governador do estado de Zacatecas, um ex-priísta que chegou ao poder sob a bandeira do PRD, disse que o pré-candidato perredista Cuauhtémoc Cárdenas e o panista Vicente Fox ``devem entender que somente através de uma grande aliança nacional opositora será possível obter uma vitória nas eleiçoes de 2000'.

O resultado de Nayarit, onde PAN e PRD foram unidos com outras forças pequenas nas eleiçoes, é uma mensagem ``a Cárdenas e Fox para que mostrem maior flexibilidade de se sujeitar a uma eleiçao primária' para tirar um candidato comum oposicionista. ``Seria um erro histórico nao aceitá-lo'.

Fox, atual governador do central estado de Guanajuato e favorito nas pesquisas de intençao de voto para as presidenciais, diz que ``nós (os panistas) podemos vencer sozinhos, como demonstram as pesquisas (...) No entanto, devemos considerar a possibilidade de uma aliança, porque é algo efetivo'.

O presidente do PAN, Luis Felipe Bravo, diz que a idéia da aliança está sendo analisada, mas do ponto de vista de que os centro-direitistas estao na liderança. Além disso, os panistas praticamente descartaram a possibilidade de ir a primárias.

Os adversários numa primária, de acordo com o jogo político, seriam Fox e Cárdenas, atual governador da Cidade do México e sem grandes chances nas pesquisas de popularidade. O deputado perredista e severo crítico de Cárdenas, Porfirio Muñoz Ledo, anunciou que convocará um plesbiscito para que os mexicanos ``se manifestem se devem ou nao os partidos de oposiçao se unirem numa aliança nacional. Se a resposta for positiva, os partidos que nao derem atençao aos anseios da populaçao terao com problemas'.

Segundo os analistas, tanto panistas como perredistas jogam com a possibilidade da unidade sem se comprometer muito, para no final se culpar mutuamente diante da opiniao pública por um eventual fracasso na busca desse projeto comum.




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