O presidente do PMDB, Michel Temer, defendeu nesta terça-feira a necessidade de uma posição única do partido sobre qual candidato apoiará na disputa pela presidência da Câmara. Ele participa do encontro da bancada de deputados do PMDB na sala de reuniões da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Em entrevista dada antes do encontro, Temer reconheceu a existência de divergências internas, mas ressaltou que a decisão a ser tomada nesta terça pelo partido é fundamental para a eleição do próximo presidente da Câmara. Na nova legislatura, o PMDB será o partido com o maior número de deputados eleitos – 90.

Sobre a conversa que teve com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, o presidente do PMDB afirmou que o próprio ministro classificou a decisão do partido como “fundamental e decisiva para a equação da candidatura”.

Para o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB), se o partido fez aliança com o PT para o governo de coalizão é natural que o apoio da bancada seja dado ao candidato Arlindo Chinaglia (PT).

Eleito em outubro para deputado, o ex-presidente da Casa, Ibsen Pinheiro, vê risco de divisão na base do governo caso as candidaturas de Chinaglia e Aldo Rebelo (PCdoB) cheguem ao plenário. O governador reeleito de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, defende que haja um entendimento entre PT e PCdoB.

Geddel Viera Lima, Ibsen Pinheiro e Luiz Henrique Silveira também participam da reunião de deputados do PMDB.

Disputa - Tanto Chinaglia quanto Rebelo prometeram, em troca de apoio, apoiar o candidato do PMDB nas eleições da Câmara em 2009. No entanto, de acordo com o líder dos peemedebistas na Casa, deputado Wilson Santiago (PB), Rebelo ainda não mostrou que realmente terá condições de trabalhar para o partido dentro de dois anos. "A proposta do Aldo Rebelo de apoiar um nome do PMDB ainda não foi endossada pelos partidos que o apóiam", disse o parlamentar.

Apoiar Arlindo Chinaglia não tem apenas como objetivo ter maiores condições de chegar à Presidência da Câmara em 2009. Para o PMDB, ajudar o candidato petista significa conquistar um maior espaço na reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende anunciar depois das eleições.

Candidatura Própria – Apesar de remota, também existe a possibilidade de o PMDB lançar um candidato próprio e concorrer à Presidência da Câmara. No entanto, apenas dois nomes são cogitados: o do próprio presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP), e do ex-ministro das Comunicações do atual governo, deputado Eunício Oliveira (MG).