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Papa e ex-líder checo são favoritos ao Nobel da Paz
Das Agências
09/10/2003 | 21:37
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O papa João Paulo II e o ex-presidente checo Vaclav Havel aparecem como favoritos para receber o Prêmio Nobel da Paz, que será anunciado nessa sexta-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também tem chances. A maioria dos observadores do Nobel coloca Havel no topo da lista, numa virada de último minuto contra o antes favorito papa, que comemora neste mês o 25º aniversário como líder da Igreja Católica, por sua posição contra a guerra no Iraque.

João Paulo II também tem sido defensor de uma solução pacífica para o conflito israelense-palestino. Ele exerceu vigorosa pressão contra a guerra no Iraque nos meses que antecederam a invasão liderada pelos EUA. Um site de apostas na Internet, o Centrebet, coloca João Paulo II como o favorito, na cotação de 2 por 1, à frente de Havel (8 por 1), que já recebeu o Prêmio Gandhi de Paz neste ano. Lula é cotado em 14 por 1, enquanto o presidente afegão Hamid Karzai ficou com 25 por 1.

Espen Barth Eide, especialista em assuntos internacionais, acredita que o papa só vencerá se o prêmio for dividido com um muçulmano. "Para fazer sentido um prêmio honrar o diálogo (cristão-muçulmano), ele tem de honrar os dois lados", opinou Barth Eide. Mas ele não tem idéia sobre qual muçulmano poderia ser agraciado.

Entretanto, especialistas concordam que não existe um franco favorito e o comitê de premiação, composto por cinco membros, não dá pistas, dizendo apenas que um recorde de 165 pessoas e organizações foram indicadas neste ano. O prêmio vem acompanhado de quantia equivalente a US$ 1,3 milhão. O comitê mantém em segredo o nome dos indicados por 50 anos.

No ano passado, o ex-presidente americano Jimmy Carter não era visto como um forte candidato, mas levou o prêmio. Neste ano, a lista de prováveis vencedores inclui Lula, por tentar amenizar a injustiça social no Brasil; o grupo antiguerra russo Mães em Luto; o encarcerado dissidente iraniano Hashem Aghajari; o ativista russo de direitos humanos Sergei Kovalyev; o ex-governador de Illinois, George Ryan, por ter tirado 167 prisioneiros do corredor da morte, Karzai e o vocalista do U2 Bono Vox.

O norueguês Stein Toennesson, pesquisador que causou frenesi quando mencionou João Paulo II como seu favorito, mudou de voto, e agora aposta em Havel. Ele adiantou que ficará surpreso se o papa ganhar, mas considera o líder católico um forte candidato.

"Principalmente por sua forte oposição à guerra no Iraque. Sua oposição contribuiu para diminuir a potencial fenda que se abriu entre o cristianismo e o Islã."




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