Economia Titulo Comércio
Vendas do comércio caem 0,8% em julho

Essa é a terceira queda consecutiva registrada pelo IBGE; período de férias justifica recuo do mês

Beatriz Mirelle
Especial para o Diário
17/09/2022 | 09:33
Compartilhar notícia
DGABC/Claudinei Plaza


As vendas do varejo caíram 0,8% em julho na comparação com junho, que teve recuo de 1,4%, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice se comporta em queda desde maio. Nos últimos dados divulgados, o comércio indicou taxa negativa de 1,8% no acumulado de 12 meses.

Na comparação anual, a taxa do comércio apresentou queda de 5,2% frente a julho de 2021.

Fernando Umezú, coordenador do curso de Ciências Econômicas e do Núcleo de Economia e Finanças da ESEG (Faculdade do Grupo Etapa), afirma que, de forma geral, os recuos podem ser justificados por contrações na demanda ou na oferta. “O levantamento mostra que a redução aconteceu mais por questões de demanda. Julho é um mês de férias. As vendas de varejo caíram, mas as de serviço aumentaram, com alta de 1,1%.” Para ele, o período envolve sazonalidade e, consequentemente, as compras dessa época costumam estar relacionadas a turismo e entretenimento. 

O gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, destaca que a última taxa positiva foi registrada em abril. O comportamento do mercado se motiva pelo período de retomada gerado pela pandemia de Covid-19. “O setor repete a trajetória que vem acontecendo desde março de 2020, com alta volatilidade”, comenta em nota.

Sete das oito atividades incluídas na pesquisa indicaram redução. O destaque foi tecidos, vestuário e calçados (-17,1%). Em relação ao mesmo período de 2021, a diminuição foi de 16,2% e o setor teve o primeiro número negativo desde dezembro de 2021 (-1,0%). 

Em seguida, os valores mais significativos neste mês foram em móveis e eletrodomésticos (-3,0%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%).

Em contrapartida, as vendas de combustíveis e lubrificantes subiram 12,2% entre junho e julho. Os meses marcaram os cortes no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre itens como gasolina e etanol. Pelo mesmo motivo, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), considerado a inflação oficial, apresentou deflação de 14,15% em julho.“As diminuições nos preços aumentaram as compras, repercutindo positivamente”, pontua Umezú.

O coordenador também explica que a taxa de juros elevada, denotada pela Selic em 13,75% ao ano, também influencia os resultados. “As pessoas estão controlando os gastos. Os itens que mais caíram foram bens que os consumidores podem esperar e não comprar de imediato”, explica.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;