Bicentenário da Independência do Brasil Titulo BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA
A imprensa começa no Brasil com a chegada da Corte em 1808 e ajuda na Independência

Jornais foram fundamentais na formação do pensamento político do Brasil colônia

Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
07/09/2022 | 09:51
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A imprensa nasceu no Brasil com a chegada da família real portuguesa, que fugiu de Portugal em 1808 diante das ameaças do exército de Napoleão Bonaparte. O primeiro jornal impresso no país foi a Gazeta do Rio de Janeiro, que era um diário oficial da corte e publicava decretos e as notícias que interessavam ao governo. O jornal tinha como concorrente o Correio Braziliense, produzido em Londres e que entrava no Brasil clandestinamente, já que sua circulação era proibida pela Corte Portuguesa.

O Correio Braziliense foi fundado por Hipólito José da Costa, considerado o pioneiro do jornalismo no Brasil. Hipólito deixou o Brasil aos 17 anos para viver na Europa. Ele estudou em Portugal, mas foi obrigado a fugir do país por fazer parte da maçonaria. Encontrou exílio na Inglaterra, onde viveu a maior parte de sua vida. Lá, ele fundou o veículo que se tornaria o primeiro periódico a registrar o que acontecia no Brasil, tecendo críticas às decisões políticas que definiam os rumos do País.

Durante muitos anos, o jornal foi uma verdadeira dor de cabeça para a Coroa Portuguesa, embora seu fundador defendesse a manutenção da ligação entre a antiga colônia e Portugal. Durante a Revolução Pernambucana, em 1817, Hipólito fez um acordo com a coroa para a compra de jornais e subsídio em troca de moderação nas críticas ao regime.

Isso mudou conforme a crise de Portugal aumentava. Já a partir de 1820, o jornal retomou as críticas à corte e Hipólito rompeu com a sua oposição à Independência. Ele defendia a manutenção de uma monarquia constitucional que seguisse o modelo da Constituição dos Estados Unidos, com a existência de duas Câmaras no Parlamento. Para isso, seria necessário a ruptura entre Brasil e Portugal.

“Se tinha algo de essencial em Hipólito, era a sua paixão pelo Correio Braziliense. Ele era o jornal e o jornal era ele”, relatou a jornalista Helena Chagas, que escreveu o prefácio do livro “A Imprensa no Processo de Independência do Brasil”, disponível no site da Câmara dos Deputados.

No início de 1822, então, o Correio Braziliense registrou acontecimentos marcantes e significativos sobre a vida política no Brasil como nunca havia feito. “O Correio não era o único meio de informação, mas servia como uma novela para os leitores, que o acompanhava capítulo por capítulo”, disse Helena.

O Diário também ouviu a historiadora Isabel Lustusa, que falou da importância da inprensa não apenas para o Brasil, mas para o contexto do mundo todo à época.

“Do fim da Revolução Francesa até a primeira metade do século 19, houve um ativismo muito importante da imprensa que influiu nos acontecimentos”, explicou a historiadora.




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