A Ucrânia disse na terça-feira, 30, ter rompido a primeira linha de defesa da Rússia, retomado quatro vilarejos e destruído depósitos de munição e pontes no sul do país. Segundo Kiev, os soldados russos teriam batido em retirada. Moscou confirma a intensificação dos combates, mas garante que os ucranianos fracassaram na tentativa de avanço e perderam pelo menos 560 homens, 26 tanques e 2 aviões de guerra.
Na névoa da guerra, as informações sobre o que de fato acontece no campo de batalha são difíceis de confirmar de maneira independente. Analistas militares ocidentais dizem que a Rússia teve meses para reforçar suas linhas de defesa no sul, tornando qualquer avanço ucraniano provavelmente lento e sangrento.
A agência de inteligência militar britânica disse ontem que as brigadas ucranianas "aumentaram os disparos de artilharia na linha de frente do sul da Ucrânia", mas observou que "ainda não é possível confirmar a extensão dos avanços ucranianos".
VERSÕES
Agências que monitoram os disparos de artilharia confirmaram um aumento significativo na atividade ucraniana desde segunda-feira, mas observadores militares que acompanham a guerra de perto pregam cautela antes de tirar conclusões sobre o que está acontecendo.
Milícias digitais pró-Rússia, incluindo a página no Facebook do Grupo Wagner, que reúne mercenários contratados pelo Kremlin, também relataram a intensificação da ofensiva, identificando três áreas onde as forças ucranianas conseguiram avançar, em uma delas por até 6 quilômetros.
Apesar da cautela adotada por militares e funcionários do governo ucraniano, que não dão detalhes sobre a contraofensiva, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, pediu às tropas russas que fujam para salvar suas vidas. "Se quiserem sobreviver, é hora de os militares russos fugirem. Vão para casa", disse Zelenski, em discurso na noite de segunda-feira.
Logo no início da guerra, a Rússia capturou partes do sul da Ucrânia, perto do Mar Negro, incluindo a região de Kherson, ao norte da Península da Crimeia. Agora, com armas fornecidas pelos EUA, os ucranianos tentam expulsar os russos antes da chegada do inverno, quando se espera uma redução natural dos combates.
AVANÇO
Na segunda-feira, o Exército ucraniano admitiu o início de uma contraofensiva no sul do país. Ontem, Oleksi Arestovich, conselheiro de Zelenski, disse que as forças ucranianas estavam bombardeando as balsas na região de Kherson usadas pelos russos para abastecer o território ocupado às margens do Rio Dnieper.
"É claro que muitos gostariam de uma ofensiva em larga escala com notícias sobre a captura das áreas ocupadas em uma hora", afirmou Arestovich. "Mas não lutamos assim. Nossos recursos são limitados." Moscou, porém, insiste que nada mudou. "A operação militar especial ocorre de acordo com o plano. Todos os objetivos serão cumpridos", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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