Os mexicanos deverão esperar até quarta-feira para saber o resultado das eleições presidenciais deste domingo, em que o candidato conservador Felipe Calderón, do Partido  Ação Nacional, disputa com o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, da Aliança para o Bem de Todos, quem governará o país nos próximos 6 anos.

O IFE (Instituto Federal Eleitoral) havia anunciado que os primeiros resultados oficiais seriam divulgados antes das 23h de domingo. No entanto, a pequena diferença entre os dois principais candidatos, apontada nas pesquisas privadas de boca-de-urna e na contagem rápida do IFE, não permitiu estabelecer o vencedor logo após a votação.

Os resultados preliminares divulgados nesta segunda-feira mostraram que Felipe Cálderon tinha uma pequena liderança. Imediatamente após o anúncio, ambos os candidatos se declararam vitoriosos e convocaram o povo mexicano a firmar um pacto nacional.

Esta é a eleição mais disputada da história do México, depois de sete décadas de governo autoritário do PRI (Partido Revolucionário Institucional), de 1929 a 2000, e quase seis anos do governo conservador sem maioria legislativa de Vicente Fox.

Propostas - López Obrador, 52 anos, representa uma coalizão de três partidos de esquerda dominada PRD (Partido da Revolução Democrática), com o lema Pelo Bem de Todos. "Primeiro os pobres", costuma dizer, ao apresentar programas sociais de luta contra a pobreza, redução de impostos para as classes trabalhadoras.

O ex-prefeito propõe reduzir os altos salários, começando pelo do presidente, e lutar contra a corrupção, até conseguir poupar US$ 8,7 bilhões por ano, para financiar seus projetos sociais.

Calderón, 43, propõe continuar a política econômica, centrada na inflação e taxas de juros baixas, abrindo o setor energético à iniciativa privada, impulsionando as reformas que Fox não conseguiu fazer aprovar, como a trabalhista e a das próprias instituições políticas.

Calderón defende também reforçar a luta contra o crime, um dos grandes temas da campanha eleitoral. Informes independentes cifram em mais de 1 mil as mortes causadas pelo narcotráfico neste ano.