O Dia dos Pais, comemorado no domingo, promete agitar o comércio e, consequentemente, aquecer a economia. Nesta semana, muitas pessoas vão às lojas em busca de opções de presentes, que variam de lembrancinhas a itens mais sofisticados. No Grande ABC, os consumidores estão dispostos a gastar, em média, R$ 148. A projeção é que a data movimente em torno de R$ 68 milhões em compras na região.

As informações são da PIC (Pesquisa de Intenção de Compras) dos Pais, promovida pela Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) e repassadas ao Diário. No comparativo com 2021, em que a projeção ficou em R$ 73 milhões, o montante representa retração real de 7% – a partir do desconto da inflação nos últimos 12 meses, que acumulou 11,8% em junho pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

O ticket médio estava em R$ 160 no ano passado, o que indica redução nominal de 7,5% e queda real (considerando a inflação) de cerca de 17%.

Os números também são menores do que os registrados no Dia das Mães deste ano. Em maio, a estimativa da Umesp era de movimentação de R$ 69 milhões e valor médio de compra de R$ 208.

O economista responsável pelo levantamento é Sandro Maskio, coordenador de estudos do Observatório Econômico e professor do curso de ciências econômicas da Umesp. De acordo com ele, o movimento de retração segue perceptível ao longo do ano pela lenta recuperação após as restrições geradas pela pandemia de Covid-19. “O número de pessoas empregadas vem melhorando, enquanto a renda média do brasileiro permanece baixa, o que afeta o poder de compra. Combinado a isso, há a ascensão inflacionária. Em julho caiu por conta dos transportes, mas os alimentos puxaram os índices e afetaram as famílias mais vulneráveis socialmente.”

Para o diretor de comércio da andreense SOL (Sociedade Oliveira Lima e Região), Djalma Lima, as comemorações são essenciais para os lojistas. “A expectativa é menor que no Dia das Mães e Dia dos Namorados. Áreas como roupa, perfumes e relojoaria devem se destacar. O pagamento antecipado do Auxílio Brasil pode potencializar as compras”, pontua, referindo-se ao benefício de R$ 600 depositado pelo governo federal.

“Eu e meu irmão juntamos dinheiro para comprar só um presente. Pretendemos gastar, em média, R$ 300 comprando uma camisa do Brasil para a Copa do Mundo e um agasalho. Temos o costume de reunir a família e almoçar em casa. Por isso, vamos fazer o ‘Churrasco do seu Gilson’ no domingo”, comenta a dentista Carolina Zacarias, 23 anos, do Parque Novo Oratório, em Santo André.

Os setores de vestuários, perfumes e cosméticos, somados à cesta de café da manhã, representam cerca de 75% dos itens preferidos para presentear neste Dia dos Pais, segundo a Umesp.