Economia Titulo ABC da Economia
Parques científicos e tecnológicos
Anderson G Buzar Reis
Simona Adriana B de Melo
Felipe Venâncio Silva
Maurício Luiz G Martiniano
Raphael Reynier R Martins
06/05/2022 | 01:00
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Em nota técnica Na 21ª Carta de Conjuntura da USCS tratamos dos conceitos, características e benefícios dos parques científicos e tecnológicos a partir de levantamento que fizemos da literatura sobre o assunto. Assim, diversas ideias e conceitos tratados na nota foram extraídos de artigos, papers e livros, cujos autores são citados na nota. Aqui, porém, em razão do espaço e por se tratar de texto mais próximo ao jornalístico, excluímos essas citações e referências bibliográficas. A nota na íntegra está disponível em htps:/ww.uscs.edu.br/noticias/cartasconjuscs.

A indústria foi por muito tempo um local no qual esperava-se que a inovação ocorese, reservando a outras partes institucionais apenas um papel de contribuição limitada. O governo, por exemplo, atuava somente quando se identificasse a necessidade de corrigir falhas no mercado. Entretanto, a inovação que é reconhecida como um impulsionador fundamental do crescimento econômico, se faz presente também em estruturas que envolvem universidades, empresas e outras instituições intensivas em conhecimento. Essas estruturas estão gerando e utilizando conhecimento intensivo e originando novos arranjos institucionais, por exemplo, os parques científicos e tecnológicos (PCTs).

Os primeiros PCTs surgiram no Vale do Silício no fim dos anos de 1940 e início dos anos de 1960 na Califórnia, na Universidade de Stanford, através do parque de pesquisa Stanford Research Park. No Brasil, os PCTs foram reconhecidos em 1984. Informações recentes da plataforma InovaData-BR indicam que existem 55 parques em operação no País, que hospedam 1.878 empresas, empregando cerca de 45 mil trabalhadores.

A definição apresentada pela International Association of Science Parks (2021) diz que os PCTs são organizações administradas por técnicos cuja finalidade é melhorar sua comunidade através da promoção da inovação e da concorrência das empresas afiliadas e das organizações baseadas no conhecimento.

Bigliardi e outros argumentam que, apesar das várias definições existentes de PCTs, as ''declarações de missão'' apresentam características em comum:
a ­ estimular a criação de spin-offs acadêmicas;
b ­ atualizar e substituir tecnologias utilizadas pelas empresas;
c ­ oferecer a função de gestão às empresas situadas dentro do parque;
d ­ oferecer formação em ciência e tecnologia;
e ­ estimular a geração de startups sem a utilização de estruturas universitárias, mas com a utilização de incubadoras, caso seja necessário;
f ­ efetuar transferência tecnológica visando o fortalecimento de empresas;
g ­ efetuar treinamentos visando o desenvolvimento e gestão de tecnologias inovadoras;
h ­ promover formas de interação e;
i ­ promover formas de contato entre o arranjo de pesquisa industrial e acadêmica. Steiner, Cassim e Robazzi afirmam que os fatores essenciais para que haja sucesso na implantação dos parques são os engajamentos das universidades, do setor empresarial, além das esferas de governos. Silva, Schimiguel e Fernandes defendem que as atividades do parque devem estar relacionadas com a região na qual ele se localiza para que haja sintonia com as necessidades da comunidade local.

Assim a literatura apresenta vários benefícios associados aos PCTs, nos quais destacam-se:
a ­ a colaboração com a vantagem competitiva empresarial e regional alcançada através do impacto na inovação, emprego, empreendedorismo e desempenho;
b ­ acesso a recursos, conhecimento, equipamento, talentos obtidos através do contato com universidades propiciado pelos parques;
c ­ comercialização da pesquisa proveniente das universidades;
d ­ acesso das empresas a escritórios, auxílio administrativo, salas de reuniões, networking com empresas, universidades e governo, acesso à internet de alta velocidade entre outros benefícios estruturais e;
e ­ redução de desemprego, melhora do nível de competitividade das empresas e consequente melhora da região em que o parque está instalado.

Desta forma, o parque se estabelece como um ambiente aglutinador de gestores, professores, alunos, empresas, instituições privadas, públicas, investidores e sociedade civil para coabitarem um espaço de colaboração, inovação, pesquisa e desenvolvimento que consiste em grande importância para criar uma sinergia e suportar o desenvolvimento econômico e social.
 




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