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Incêndio no Aeroporto de Amsterdã deixa ao menos 11 mortos
Da AFP
27/10/2005 | 09:24
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Pelo menos 11 pessoas morreram na madrugada desta quinta-feira em um incêndio em celas usadas para deportações de imigrantes ilegais e contraventores na Holanda, localizadas no Aeroporto Amsterdam-Schiphol. A informação foi confirmada pelo prefeito da cidade de Schiphol, Michel Bezuijen.

"Muitos seguranças e policiais figuram entre os feridos", destacou o bombeiro, Kokki Torenspits, encarregado de filmar a intervenção para apagar o fogo e socorrer as vítimas.
 
Ao todo 15 pessoas ficaram feridas. Destes, seis detentos, seis policiais, dois agentes de segurança e um oficial encarregado do centro de detenção. Quatro pessoas continuavam hospitalizadas na manhã desta quinta-feira - uma em estado grave.

"As 11 pessoas que morreram eram detentos", assegurou Bezuijen em uma entrevista coletiva junto com autoridades da Polícia, bombeiros e oficiais do Ministério da Justiça no aeroporto, que fica a 10 quilômetros de Amsterdã.

"Todos eram ilegais na Holanda", frisou também um porta-voz da Promotoria, Martin Bruinsma.

O incêndio teve início pouco depois da meia-noite por razões desconhecidas, e só foi sufocado às 02h da madrugada (24h Brasília). Até o momento não está clara a causa do incidente. As celas do Aeroporto de Amsterdam-Schiphol continham principalmente as chamadas "mulas", pessoas detidas quando tentam entrar no país com drogas, ou imigrantes que tentaram entrar ilegalmente na Holanda.

Pelo menos 350 detidos estavam nas celas na noite de quarta-feira, incluindo 43 no bloco que pegou fogo, que fica a quatro quilômetros dos terminais do aeroporto internacional.

Após o fim do incêndio, alguns detidos voltaram para as celas e outros foram transferidos para uma prisão vizinha. O acesso ao aeroporto ficou suspenso até o amanhecer desta quinta-feira para facilitar o acesso de ambulâncias.

Os detidos sem ferimentos foram conduzidos a celas intactas ou ao Campo Zeist, perto de Utrecht (centro), após serem fichados, ressaltou Torenspits. Neste campo, de propriedade militar, aconteceu o julgamento da famosa catástrofe aérea de Lockerbie (Escócia).

"Nós permanecemos trancados. Nós gritávamos com o máximo de nossas vozes até quase perdê-las", ressaltou um homem, que não foi identificado, afirmando ainda que os detidos bateram muito nas portas de suas celas para chamar a atenção.

Bruinsma, no entanto, disse que os serviços de emergência agiram muito rapidamente após soar o alarme de fogo. Um grupo europeu pelos direitos dos prisioneiros, EORG, já afirmou que vai abrir a sua própria investigação. "O jeito que o fogo se espalhou rapidamente de cela para cela dá margem a perguntas", avisou um porta-voz da entidade para a uma agência de notícias holandesa.

Fotógrafos da imprensa que estiveram no local contaram que o teto das celas não agüentou, mas as paredes foram pouco afetadas.

Três prisioneiros foram presos ao tentar escapar e o porta-voz da Promotoria disse que não havia como ter certeza ainda se outros tiveram sucesso em possíveis tentativas de fuga.



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