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Rebeldes abandonam Grozny após batalhas violentas
Do Diário do Grande ABC
01/02/2000 | 16:10
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Os combatentes chechenos afirmaram esta terça-feira ter abandonado Grozny para o exército russo e escapado da capital separatista, cercada pelas tropas federais, rompendo o cerco que Moscou apresentava como intransponível. O abandono de Grozny pelos rebeldes foi negado implicitamente pelo ministro russo da defesa, Igor Sergueiev, que reafirmou esta terça-feira que nenhum combatente checheno sairia de Grozny, salvo se fosse rendido.

``Nao deixaremos aos combatentes a possibilidade de sair da cidade, salvo com bandeira branca e depois de terem deposto as armas', declarou o marechal Serguiev, que visita o Cáucaso do Norte. No entanto, um alto responsável checheno, Movladi Udugov, afirmou que todos os combatentes abandonaram Grozny na madrugada desta terça-feira. ``Atualmente nao resta nenhum combatente checheno em Grozny', agregou Udugov, entrevistado por telefone na Chechênia desde Moscou.

``Os combatentes saíram da capital chechena segundo um plano aceito há dois meses pelo conselho militar checheno. Os combatentes cumpriram sua missao militar de defender a cidade, e a abandonaram às três da madrugada', agregou o responsável, citando o caudilho Shamil Bassaiev.

Os combatentes tinham ordens de se manter na cidade até primeiro de fevereiro, acrescentou Udugov, sem explicar como tinham conseguido atravessar os postos russos.

Confirmada a informaçao sobre a retirada dos combatentes chechenos, isso seria um rude golpe para a credibilidade das tropas russas, que asseguravam que Grozny estava cercada por um ``triplo cordao' intransponível.

As tropas russas ``progrediram muito rapidamente' esta terça-feira para o centro de Grozny, tropeçando somente com alguns franco-atiradores isolados, afirmou uma fonte militar russa, contatada por telefone.

Desde o sábado, 216 combatentes chechenos se renderam às forças russas, das 3 mil que defendiam a capital chechena, segundo Moscou.

O assalto contra Grozny foi lançado pelos russos no dia 25 de dezembro. Desde o começo da ofensiva, os combatentes chechenos negociavam em pequenos grupos com as unidades russas, principalmente para conseguir ``corredores' de segurança e sair da cidade discretamente, disseram oficiais russos.

``Os chechenos nos disseram: de qualquer maneira conseguiremos sair da cidade, mas perderemos homens e vocês perderao também. Deixem-nos sair sem combates', explicou Valeri, 31 anos, oficial das tropas do interior.

Por outra parte, Movladi Udugov informou a morte de dois generais chechenos no Oeste da Chechênia. ``Há duas horas, dois generais chechenos morreram: Aslambek Ismailov e Junkar Israpilov. Morreram a oeste da Chechênia em enfrentamentos com os agressores russos', declarou Udugov esta terça-feira de manha.

Por outro lado, o chefe da milícia chechena pró-russa, Bislan Gantamirov, confirmou informaçoes segundo as quais o líder rebelde Shamil Bassayev está gravemente ferido, e foi operado no hospital de Aljan-Kala, a 10 km a Leste de Grozny, a Interfax.

Shamil Bassayev pisou numa mina quando saia de Grozny, e teve que amputar uma perna no hospital de Aljan-Kala, afirma a assessoria de imprensa de Gantamirov, citado pela agência.

Uma correspondente dos diários Ouest-France e Libération, que estava segunda-feira em Aljan-Kala já avançou esta informaçao, que foi desmentida por um responsável dos separatistas chechenos, e que nao pode ser confirmada pelas autoridades russas.

Os serviços de Gantamirov confirmaram também a morte do prefeito de Grozny, Lecha Dudayev. Os combatentes chechenos afirmaram ter derrubado um aviao e dois helicópteros russos e capturado tês militares russos, entre os quais um tenente-coronel.




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