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Para não entrar areia
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
06/10/2011 | 07:50
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Heloísa Cestari


Viajar com crianças é sempre uma aventura. Para evitar que a diversão em família se transforme em frustrante lembrança, no entanto, é importante planejar bem o roteiro e tomar uma série de precauções que garantam o bem-estar dos pequenos viajantes.

No Manual do Turista Brasileiro, o casal Lucio Martins Rodrigues e Bebel Enge dá a dica: "Antes de decidir por uma viagem com babies, pense no desconforto da criança, que até 4 ou 5 anos provavelmente não vai curtir muita coisa da viagem, poderá se ressentir da mudança de clima e do jet lag (o efeito das diferenças horárias em nosso relógio biológico), poderá enjoar dentro de um carro, não terá amiguinhos para brincar..."

Somada a essa questão, também é importante levar em conta o desconforto dos próprios pais por conta da escolha de um destino pouco aconselhável para viagens em família. Eles devem ter em mente que terão de providenciar alimentação adequada à criança, não conseguirão circular por toda parte empurrando um carrinho de bebê e poderão enfrentar noites em claro ouvindo a criança chorar justo durante as tão sonhadas férias em Paris. "Por fim, pense nos pobres diabos que estão no avião com você e que terão de passar a noite em claro porque o garoto não para de chorar", alerta o guia.

Mas nem tudo está perdido. Com doses extras de bom humor, disposição e jogo de cintura para lidar com eventuais problemas, pais e filhos podem ter dias memoráveis. O primeiro passo é escolher o destino certo, que ofereça entretenimento para crianças e atrações para adultos - ou, ao menos, o merecido sossego enquanto equipes de recreação se encarregam de distrair os pequenos.

Na hora de definir o roteiro, é importante ter em mente que os atrativos variam conforme a idade. Uma criança de 2 anos, por exemplo, não aproveitará o parque temático tanto quanto uma de 7, e não entenderá bulhufas num observatório astronômico... Já o de 10 provavelmente achará um tédio passar o domingo numa fazendinha, dando de comer aos bichos, sem amigos nem brinquedos radicais por perto.

Confira a seguir as atrações mais indicadas para cada criança conforme a idade.

2 a 3 anos

Crianças pequenas adoram animais, tanto domésticos quanto selvagens, e querem tocar em tudo. Por isso, programas em fazendinhas, zoológicos e aquários são ideais. Principalmente se for possível exercitar o tato passando a mão nos bichos.

 

3 a 5 anos

Nesta idade, meninos e meninas são muito ativos fisicamente. Gostam de correr e alguns já andam de bicicleta. Parques com grandes áreas verdes para lazer são infalíveis. Também é possível estimular audição, visão e cognição através da arte por meio de teatros de fantoches, shows de música e apresentações de contadores de estórias.

 

5 a 6 anos

É uma fase em que a criança descobre o mundo das letras, dos números e da história. Nada mais propriado do que complementar o trabalho educativo desenvolvido na escola com programas em família que estimulem a observação e o raciocínio. Museus de transportes, relógios e moedas, entre outros, costumam interessar, assim como lugares onde seja possível ver animais perigosos, a exemplo das cobras, aranhas e escorpiões do Instituto Butantan, na Capital.

 

7 a 8 anos

O aprendizado se intensifica nas escolas e os passeios com os pais podem ajudar a absorver o conhecimento mais rapidamente. É o período ideal para visitar museus científicos e históricos, atividades ecológicas e passeios a pé por regiões antigas.

 

9 a 10 anos

Em fase de pré-adolescência, a criança deixa de ver os pais como heróis e passa a buscar doses extras de independência e adrenalina. Quer conduzir a própria vida e enfrentar desafios para se autoafirmar. Ads atrações podem compreender desde a compreensão de que a Terra ficou congelada há alguns milhões de anos até a descoberta da anatomia e as inúmeras atividades que se pode fazer em um hotel fazenda, como cavalgar, pescar, praticar escalada, tirolesa etc.

 Mais de 10 anos

Geralmente, as crianças desta idade preferem sair com os amigos a passar o domingo com os pais, mas é possível atrai-las com a oferta de visitar um observatório astronômico, praticar esportes radicais, ir a um parque de diversões com brinquedos que realmente façam liberar adrenalina ou com experimentos interativos, a exemplo da Estação Ciência.

 

 

DOCUMENTAÇÃO

Autorização de viagem - Não basta ter o passaporte; para um dos pais sair do Brasil acompanhado do filho com idade inferior a 18 anos, é necessária autorização por escrito do outro, com firma reconhecida, além da certidão de nascimento do menor. Há pequenas variações quanto às exigências burocráticas de um Estado para outro.

 

Passaporte - Qualquer menor que for deixar o País, mesmo acompanhado dos responsáveis legais, precisa de passaporte. Além dos documentos, formulário e taxa idênticos aos exigidos do adulto, é preciso ter autorização de ambos os pais para a emissão do passaporte. Mais informações no site da Polícia Federal: www.dpf.gov.br.

 

SAÚDE

Visite o pediatra de seu filho, veja se está tudo em ordem e quais são os medicamentos que deve levar consigo.

 

ADVERTÊNCIAS

Se seu filho tiver pelo menos uns 5 anos, um bom papo tête-à-tête antes da viagem pode ser útil. Explique a ele o que farão, o que visitarão, mostre o lado interessante das coisas. Navegue com ele na internet, mostrando fotos dos lugares que ele irá conhecer. E aproveite para lhe dar uns toques de como deve se comportar durante a viagem, como jamais encostar em peças de arte nos museus; nunca atravessar a rua sozinho; não bagunçar no avião (nem puxar o cabelo do passageiro da frente); e não entrar no mar sem um adulto por perto.

Caso vá para praia ou hotel com piscina, se seu filho for muito novo ou não souber nadar, alerte-o sobre os perigos. E, durante a viagem, deixe no bolso de seu filho sempre um cartãozinho do hotel onde você está hospedado. Ter seu nome e sobrenome escritos no verso do cartão ajudará muito caso ele se perca.

 

NO AVIÃO

1) Evite vôos com conexões. Se já é naturalmente cansativo para adultos, quanto mais para crianças...

2) As mamães que forem viajar com um bebê podem solicitar com antecedência alimentação especial. Se preferir, leve potinhos com a comida habitual de seu filho.

3) Lembre-se também de fazê-lo beber suco ou água mineral para evitar a desistratação causada pela secura do ar dentro da aeronave.

4) Você pode solicitar até fraldas, desde que se lembre de pedi-las pelo menos 48 horas antes de embarcar.

5) Entre seus direitos de mamãe, está o de reservar lugar na primeira fila de poltronas, onde há mais espaço e um berço para crianças de até 2 anos. O inconveniente desse tipo de poltrona é que o braço do assento não pode ser levantado, pois, como não há encosto na frente, os braços da poltrona têm que ser fixos para embutir as plataformas onde são servidas as refeições.

6) Crianças com menos de 2 anos não pagam a passagem; com mais de 2 anos pagam 50% da tarifa normal do bilhete.

7) Não esqueça os apetrechos necessários, como chupeta e ursinho de pelúcia ou outro brinquedo ao qual a criança seja apegada (desde que não seja uma corneta ou apito!). Isso o ajudará a mantê-la calma. Se for maiorzinha e já souber ler, leve livros ou revistas em quadrinhos, que serão uma boa forma de ocupá-la. Outra alternativa são filmes exibidos no avião, alguns dos quais podem ser indicados a crianças.

 




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