O Estado de São Paulo reduziu, de 13,3% para 9,57%, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) aplicado no etanol. O governador Rodrigo Garcia (PSDB) estima que a medida vai resultar em queda de R$ 0,17 no valor do litro do combustível na bomba. Já o Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Grande ABC) afirma que o preço nos postos da região poderá cair até R$ 1, repetindo o que houve com a gasolina.

“Essa ação deve reduzir o valor na bomba em 17 centavos. Fiquem de olho e acionem o Procon se o valor não cair”, declarou Rodrigo Garcia em rede social. O governador acredita que a redução deve começar a ser sentida em até seis dias, à medida em que os postos forem reabastecendo seus estoques sob o novo regime tributário. São Paulo projeta que a medida acarrete perda de R$ 563 milhões em arrecadação até o fim do ano.

“Nossa projeção é que possa cair R$ 1 na bomba. Beneficia toda uma cadeia. O álcool é usado em grande escala na indústria farmacêutica, por exemplo. Além disso, mexe nos valores de supermercado. Acreditamos que não haverá aumentos até a eleição”, diz o presidente do Regran, Roberto Leandrini.

As alterações nos preços da gasolina, gás de cozinha e agora do etanol são justificadas pelo Projeto de Lei Complementar 18/2022 que considera combustíveis, antes classificados como itens supérfluos, como essenciais. Essa modificação indica que o teto para cobrança do imposto estadual deve ser de 17% a 18%.

Franklin Ribeiro, 50 anos, gerente de posto na Avenida Winston Churchill, em São Bernardo, analisa as reduções nos preços de todos os combustíveis começaram a partir da alteração no ICMS da gasolina, em 28 de julho. “Isso ajudou muito no fluxo de clientes. Já chegamos a vender o etanol por R$ 4,59. Agora está por R$ 3,99. A remessa de hoje (ontem) ainda não veio com preço alterado. Espero que o valor continue caindo. Sou consumidor também.”

Fernando Umezú, coordenador do curso de Ciências Econômicas e do Núcleo de Economia e Finanças da ESEG – Grupo Etapa, explicou que a mudança no ICMS do etanol vai estimular queda de valores. “O consumidor pode escolher qual a opção mais viável quando abastece. Há uma regra de bolso que quando o etanol está abaixo de 70% do preço da gasolina, ele compensa mais. Se ele não acompanhar, as pessoas começam a comprar só gasolina e gera prejuízos aos fornecedores.”

A motorista de aplicativo Patricia Candido, 49, moradora do Centro de São Bernardo, escolhe o etanol justamente por ser mais econômico em comparação às outras opções. “Abasteço todo dia e gasto entre R$ 100 e R$ 120 por vez. Antes das reduções, eu praticamente trabalhava para pagar o combustível. É ótimo o que está acontecendo, mas quero ver quanto tempo isso vai durar.”

O valor médio do etanol no Grande ABC na semana entre 10 e 16 de julho foi de R$ 4,21, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo,Gás Natural e Biocombustíveis). O preço mais barato foi de R$ 3,77, registrado em São Bernardo, e o mais caro foi de R$ 4,69, em Mauá e São Bernardo.