Dez dias após corte no tributo, litro do derivado registra queda acentuada nas bombas da região
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O preço da gasolina está, em média, R$ 1 mais barato na região após 10 dias de redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O Regran (Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Grande ABC) diz que valor é resultado da mudança de 25% para 18% na cobrança do tributo estadual sobre o combustível.
A medida foi anunciada pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB) em 27 de junho. A estimativa era que o valor na bomba diminuísse cerca de R$ 0,48. “Se hoje nós temos uma gasolina em São Paulo em um preço médio de R$ 6,97, portanto teremos um preço médio abaixo de R$ 6,50, com essa decisão que o governo do Estado toma hoje”, declarou.
O fundador e diretor do Regran (Sindicato do Comércio Varejista Derivados de Petróleo), José Antônio Garcia, afirma que essa queda foi importante para a região, mas os valores dos combustíveis ainda estão elevados. “Poderia ter abaixado muito mais. Quando há mudanças, os postos são os primeiros a quererem reduzir. Nós precisamos vender”, diz o executivo, que também é proprietário de posto na Avenida Atlântica, em Santo André.
Segundo Garcia, a redução na alíquota do ICMS sobre os combustíveis ajuda a recuperar a demanda, em queda nos últimos anos, especialmente devido à elevação nos preços. “As pessoas estão procurando alternativas para economizar. Muitas optam pelo transporte público ou pelo home office. Isso prejudica as vendas, ainda mais com constantes altas.”
O gerente do posto Requinte, na Avenida Presidente Kennedy, em São Caetano, José dos Santos, se mantém otimista para as próximas semanas. “Podemos chegar a R$ 5,50 em julho. Isso incentiva as pessoas a tirar o carro da garagem.” No local, a gasolina, que já chegou a R$ 6,19, está em R$ 5,79.
Para o frentista Juliano Rocha, do posto Shell na Avenida Senador Vergueiro, em São Bernardo, cenário ainda é incerto e preços antigos poderão voltar até o fim do ano com reajustes da Petrobras. “A gasolina estava R$ 7,19. Nesta semana, estamos comercializando por R$ 6,19. O fluxo de pessoas aumentou, ainda mais que o etanol também caiu R$ 0,50 aqui (de R$ 4,89 para R$ 4,39). A previsão é que diminua mais um pouco, mas não sabemos se manterá a longo prazo.”
O motorista de aplicativo Luiz Buonani, 40 anos, abastece o carro diariamente e observou queda de R$ 0,70 na gasolina. “Eu estava pagando R$ 6,70. Agora encontro por R$ 6 na região. Está sobrando mais (dinheiro). Às vezes, eu trabalhava só para pagar o combustível. Não compensava”, diz o morador do bairro Nova Petrópolis, em São Bernardo.
Para exemplificar, com a redução média de R$ 1, uma pessoa que enche semanalmente o tanque de 40 litros do carro, economizará cerca de R$ 160 por mês com os novos preços.
Entre 26 de junho e 2 de julho, o preço médio da gasolina no Grande ABC era de R$ 6,84. O valor mais barato foi registrado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) em Mauá (R$ 6,09) e o mais caro em Santo André (R$ 8,19).
Custo do óleo diesel reduz R$ 0,20
A mudança anunciada pelo governo paulista inclui apenas na alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide na gasolina. Mesmo assim, os preços do diesel também diminuíram no Grande ABC. Segundo o diretor do Regran (Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo), José Antônio Garcia, o desconto médio foi de R$ 0,20.
A cobrança do tributo estadual em relação ao óleo diesel é de 13,3%, índice abaixo do teto de 18% estabelecido a itens essenciais pela legislação federal. “A redução do diesel é em função da competitividade entre os postos”, diz o presidente do Regran, Roberto Leandrini.
De acordo com Fernando Umezú, coordenador do curso de Ciências Econômicas e do Núcleo de Economia e Finanças da Eseg (Faculdade do Grupo Etapa), os novos valores geram alterações na cadeia produtiva e, consequentemente, tendem a impactar a inflação do mês. “Espera-se queda no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) pelo efeito da redução de custos na cadeia produtiva”, ressalta. Cofres públicos podem ter prejuízo de R$ 4,4 bilhões com redução.
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