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ONU denuncia tortura no Brasil
Das Agências
18/05/2001 | 15:00
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A tortura ainda é amplamente praticada no Brasil nas delegacias, prisões e quartéis do exército, afirmou o Comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) Contra a Tortura, denunciando também "uma cultura que aceita os abusos cometidos pelas forças de segurança", nesta sexta-feira.

O Brasil ratificou a Convenção da ONU contra a Tortura em 1989, mas só no início de 2001 apresentou seu relatório ao comitê das Nações Unidas. Em suas conclusões, o órgão lamentou "um atraso excessivo de 10 anos", mas sublinhou a vontade política das autoridades atuais, lideradas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, de combater a tortura e sua decisão de cooperar com os órgãos da ONU.

O governo brasileiro reconheceu a existência, gravidade e amplitude da prática da tortura no Brasil, segundo os especialistas das Nações Unidas. Além disso, prometeu lançar, em junho que vem, uma campanha nacional de luta contra a tortura.

O comitê lamenta a impunidade em relação aos agentes públicos responsáveis pela violência, tendo recebido vários relatos de atos de tortura e maus-tratos, e pediu que os agentes envolvidos sejam afastados das suas funções durante as investigações.

O órgão da ONU denuncia ainda "a superpopulação, as condições materiais e de higiene ruins nas prisões, a ausência de serviços essenciais (como serviços médicos), a violência contra os presos e os abusos sexuais".

Também foi exigida a garantia do direito de defesa para qualquer preso. O comitê exorta o Estado a proibir explicitamente como elemento de prova qualquer declaração obtida mediante tortura.




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