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Unidades públicas atendem 124 mil diabéticos na região
Número de moradores assistidos nas redes municipais representam 4,3% da população total do Grande
Joyce Cunha
Do Diário do Grande ABC
26/06/2022 | 00:01
As unidades de saúde municipais do Grande ABC contabilizam 124.194 pacientes de diabetes. Considerando somente as pessoas diagnosticadas e em tratamento para a doença nos serviços públicos mantidos pelas prefeituras, o número de diabéticos representa 4,39% da população total da região, que soma 2,8 milhões de pessoas. Hoje é o Dia Nacional do Diabetes, data que chama a atenção da sociedade para as medidas de prevenção e a importância do diagnóstico precoce.
São Bernardo é a cidade com maior incidência da doença entre moradores atendidos na rede pública. O município tem 78.840 pacientes diabéticos acompanhados pelas equipes da Atenção Básica e Especializada, o que representa 9,2% de sua população. Proporcionalmente, Rio Grande da Serra aparece na sequência, com 5,1% dos moradores da cidade cadastrados nas unidades do SUS (Sistema Único de Saúde), totalizando 2.687 pessoas.
Nos últimos anos, de acordo com pesquisa da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, o índice de brasileiros diabéticos cresceu. No Estado de São Paulo, em 2006, primeiro ano da realização do estudo, 6,2% dos paulistas relataram ter recebido diagnóstico médico da doença. Em 2021, atualização mais recente, o número subiu para 9,1% da população.
O sedentarismo e a má alimentação estão entre os fatores de risco para o diabetes. É o que explica o endocrinologista e professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Fernando Valente, que integra a diretoria da Sociedade Brasileira de Diabetes. “A população está ganhando muito peso e a diabetes tipo 2 tem relação com a obesidade. No Brasil, a cada dez pessoas uma é acometida pela doença”, alerta o especialista, que explica que 90% dos casos da doença é do tipo 2.
O diabetes apresenta sintomas, geralmente, quando o nível de glicemia, que é nível de açúcar no sangue, está muito elevado. Foi nessa condição que Itacy Guaraciaba de Souza, 65 anos, morador de Santo André, descobriu a diabetes tipo 1. O diagnóstico veio quando tinha 15 anos. Depois de uma reunião com amigos da escola e de ter, segundo Itacy, ingerido grande quantidade de refrigerante, os sinais da doença se manifestaram. “De noite tive muita sede e fui muitas vezes ao banheiro. Meu pai me levou ao hospital. Demorou uma semana para darem o diagnóstico e tive que ficar internado”.
De lá para cá, Itacy, que é paciente do ambulatório de infectologia da FMABC, contabiliza cinco décadas de cuidados para o controle da doença. O morador lembra dos avanços da tecnologia ao longo dos anos. “Mudou o tipo de insulina. Hoje eu uso dois tipos. Uma aplico a cada 12 horas. A outra tem que ser aplicada conforme vou me alimentando, de acordo com a quantidade de carboidratos que consumo”, disse o andreense.
O controle do nível de glicemia é vital para os diabéticos. Por ser uma doença crônica, sem cura, é necessário o acompanhamento permanente, com a medição constante da quantidade de açúcar no sangue, por meio de exame de glicemia capilar, popularmente conhecido como dextro, além do tratamento com medicação, mudança da rotina alimentar e de atividades físicas. A aplicação de insulina é feita de acordo com a avaliação do caso pelo endocrinologista. As prefeituras da região disponibilizam, além dos kits de insulina, aparelhos e fitas para a realização do dextro e acompanhamento especializado.
No caso de Itacy, conviver com o diabetes não é missão fácil, mas com todos os cuidados, é possível slevar uma vida normal. “Quando saio, por exemplo, tenho que estar preparado para o que eu vou comer. Tenho que levar a insulina e o medidor da glicemia. O importante é não abandonar o tratamento”.
PREVENÇÃO
lém da realização de exames de rotina periodicamente, com maior frequência a partir dos 35 anos, o endocrinologista Fernando Valente ressalta que todas as pessoas, sem exceção, devem adotar melhores hábitos de vida para a prevenção do diabetes e outras doenças. “É importante a prática de atividade física, não fumar, não exagerar no álcool. Manter o peso normal e dormir, por dia, mais de seis horas. Ter uma boa alimentação é fundamental, tanto em quantidade como nos itens consumidos, com fibras, saladas e frutas. Tudo sem exagero”, disse.
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