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Eleições são antecipadas para escolher entre Angela e Schroeder
Da AFP
02/09/2005 | 16:53
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Os alemães irão às urnas daqui a 15 dias, para participar de eleições legislativas antecipadas, que deverão pôr fim, segundo pesquisas de opinião, a sete anos de governo social-democrata de Gerhard Schroeder e levar pela primeira vez à chancelaria uma mulher, a democrata-cristã Angela Merkel.

Na noite de 22 de maio, data da derrota de seu partido no tradicional reduto da Renânia do Norte-Vestefália (oeste), Schroeder pediu a realização de eleições legislativas antecipadas, para obter uma "nova legitimação" de sua coalizão SPD (social-democrata)/Verde e suas reformas. Foi uma aposta audaciosa, que ele corre agora o risco de perder.

A previsão é de vitória de uma coalizão CDU/CSU (democrata-cristã) /FDP (liberal) ou de uma grande coalizão democrata-cristã/social-democrata, que reúna conservadores e o SPD.

Uma coalizão entre a CDU/CSU e seu aliado liberal FDP, que reeditaria a situação predominante no governo de Helmut Kohl (1982-1998), é a mais provável. Mas o Partido de Esquerda, recém-chegado ao cenário político e formado por uma aliança entre os neocomunistas do PDS (Partido Socialista Democrático) e os social-democratas decepcionados, tirou votos dos grandes partidos, inclusive dos democrata-cristãos.

Uma grande coalizão entre os dois grandes "partidos populares", o SPD e a CDU/CSU, dominada por esta última, torna-se plausível: uma fórmula ensaiada na República Federal da Alemanha entre 1966 e 1969.

A chanceler e presidente da CDU, Angela Merkel, deveria fazer um chamado às personalidades do SPD para que completassem sua equipe, retirando-se Schroeder. Os verdes do ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer, voltariam para a oposição.

Schroeder e Angela não falam numa coabitação desta natureza, à qual se mostram favoráveis alguns nomes importantes de seus partidos, tendo em vista a urgência dos problemas enfrentados pelo país. Já os empresários são contrários a esta fórmula e acreditam que ela levaria apenas a uma paralisação das reformas.

A convergência dos programas dos dois partidos é criticada pelo político Oskar Lafontaine, ex-social-democrata, propulsor da nova aliança de esquerdas: "os eleitores entenderam há muito tempo que uma coalizão democrata-cristã/liberal fará a mesma política que uma coalizão social-democrata/verde", afirma.

Schroeder rejeita esta união e afirma que seu partido é garantia de justiça social, entre o neoliberalismo "frio" da direita e as promessas demagógicas da extrema esquerda.

A campanha, confusa e sem grandes promessas, gira em torno de temas cruciais: como reduzir o desemprego, que atinge 4,7 milhões de pessoas, que tipo de reforma fiscal deverá ser feita, e como superar a divisão entre os alemães orientais e ocidentais.

As pesquisas apontam entre 41% e 43% das intenções de voto para a CDU/CSU, apesar da falta de carisma de sua candidata, que enfrentará um chanceler que gosta de discutir, é eloqüente e experiente. O SPD está muito atrás nas pesquisas, com 27% a 32% das intenções de voto. O Partido de Esquerda perdeu força e tem de entre 8% e 9% das intenções de voto, seguido pelos verdes e o FDP, com 8%.



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