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Xanana Gusmão será o novo premiê do Timor Leste
Da AFP
06/08/2007 | 14:04
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O herói da independência Xanana Gusmão será o primeiro-ministro do Timor Leste e formará o novo governo ainda esta semana, decidiu a coalizão formada após as eleições legislativas de junho, segundo o presidente José Ramos Horta. As forças de segurança jogaram gás lacrimogêneo para dispersar as pessoas que atiraram pedras em Dili nesta segunda-feira, pouco depois do anúncio de Horta.

De acordo com a Constituição do país, o presidente tem a autoridade para decidir a formação do governo se as partes não chegarem a um acordo.

"Tomei a decisão de convidar a Aliança da Maioria Parlamentar (AMP) para formar o governo", disse Ramos Horta à imprensa, em uma referência à coalizão de partidos liderada por Gusmão.

"A AMP propôs que o líder Xanana Gusmão seja o primeiro-ministro. E eu aceitei", disse Horta. "Como presidente, irmão mais velho e honrado com o Prêmio Nobel da Paz, quero pedir ao povo que aceite esta decisão porque todos saem ganhando: nenhum partido perde nada", afirmou ainda.

"Não pensem que o Fretilin perdeu algo. O Fretilin é um partido muito importante no Parlamento e que se converterá na melhor oposição porque tem a experiência e a capacidade para isso. O país despertará e progredirá se todos nós nos dermos a mão e formos humildes", insistiu o presidente.

Revolta- A decisão revoltou os partidários do adversário de Gusmão, o ex-premier Mari Alkatiri, que declarou que o novo governo é ilegal. Alkatiri declarou que esse governo será "completamente ilegal e contra nossa Constituição". "Por isso o governo jamais contará com a cooperação do Fretilin", afirmou.

Fretilin, o ex-partido no governo, obteve apenas 21 cadeiras no Parlamento de 65 vagas, sem alcançar a maioria necessária para governar. No entanto, afirmou que, como teve a maioria dos votos, sua liderança deveria ter sido solicitada.  O partido também afirma que a aliança dirigida por Gusmão deveria ser declarada inválida, já que foi formada depois das eleições e não antes.

O partido de Gusmão, o Congresso Nacional para a Reconstrução do Timor Leste conseguiu 18 cadeiras nas eleições de 30 de junho, mas depois formou uma coalizão que, no total, conta com 37 cadeiras.

A designação de Gusmão significa que ambos trocaram de cargo. Ramos Horta se apresentou em abril como candidato independente para presidente, o posto anterior de Gusmão.

As eleições parlamentares de junho, as primeiras desde que o Timor Leste conseguiu a independência, em 2002, supostamente deveriam iniciar um novo capítulo na democracia desta nação, depois de mais de um ano de tensão e incertezas.




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