A Corte Federal Constitucional da Alemanha autorizou nesta quinta-feira em Karlsruhe (oeste) a realização de eleições legislativas antecipadas no dia 18 de setembro, conforme o desejo do chanceler social-democrata, Gerhard Schröder, contra quem o Parlamento emitiu um voto de censura no dia 1º de julho.

Os conservadores, encabeçados pela presidente da opositora CDU (União Democrata Cristã), Angela Merkel, são considerados os favoritos para as eleições.

As petições dos deputados Jelena Hoffmann, do SPD (Partido Social-Democrata alemão), e Werner Schulz, do Partido Verde, foram rejeitadas pela mais alta magistratura judicial alemã, que determinou conforme a Lei Fundamental, a celebração de eleições parlamentares federais um ano antes da data normal. Somente um dos oito juízes da corte votou contra a decisão.

“O tribunal atendeu à argumentação do chanceler ao constatar que este não dispõe mais de 'respaldo suficiente' para governar”, afirmou o vice-presidente da corte, Winfried Hassemer, em uma audiência pública.

Os dois deputados haviam alegado em suas petições que não haviam sido reunidas as condições para o envio da moção de confiança ao Parlamento, e estimaram que o procedimento tinha sido artificial, já que o chanceler tinha reclamado aos legisladores de sua coalizão que se abstivessem na votação.

O presidente alemão, Horst Köhler, festejou a decisão do tribunal de Karlsruhe e afirmou que “agora os eleitores do país têm a possibilidade de decidir o futuro da Alemanha”.

No dia 22 de maio, na mesma noite de uma derrota histórica do SPD em seu reduto, a Renânia do Norte-Westfalia (oeste), o chanceler, muito criticado por seus próprios partidários e pela opinião pública devido às reformas sociais de Estado, tinha expressado seu desejo de que fossem realizadas eleições legislativas antecipadas a fim de se obter 'uma nova legitimidade'.

Para abrir a possibilidade a eleições antecipadas, Schröder pediu aos deputados que retirassem o voto de confiança, o que os legisladores fizeram por grande maioria no dia 1º de julho. Três semanas mais tarde, o presidente Köhler anunciou a dissolução do Bundestag e convocou eleições antecipadas para o dia 18 de setembro.