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Venda de veículos cai 8,17% em agosto, segundo a Fenabrave
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
02/09/2009 | 07:00
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As vendas de veículos em agosto caíram 8,17% em relação a julho, recuando para um total de 401.879 unidades. Se a comparação for feita ao mesmo período do ano passado, a perda é menor, de 6,04%. Isso é o que indica o balanço mensal realizado pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

O resultado, no entanto, não é visto com maus olhos. Segundo o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, não houve perdas. "Apesar dos 22 mil carros a menos, agosto de 2009 foi o melhor da história. Além disso, tivemos dois dias úteis a menos do que em julho", justifica Reze, referindo-se à retração de 9,70% no comércio de automóveis frente a julho.

De fato, se consideramos somente a comercialização de carros de passeio em agosto, o número foi 8,81% superior ao obtido no mesmo mês em 2008, alcançando 204.805 automóveis.

De acordo com Reze, embora a Fenabrave considere os dados de veículos de passeio, comerciais leves - caminhonetes e pickups -, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários, os dois primeiros itens são os mais importantes para se ter ideia de como está o mercado.

Quanto aos caminhões e ônibus, que apresentaram recuo de 12,10% e 0,81%, respectivamente, frente a julho, Reze explica que a redução da atividade econômica impacta diretamente o setor de transportes, mesmo com a alíquota zero do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até o fim do ano e financiamentos a juros baixos.

Em outras palavras, o consultor automotivo da ADK, Paulo Roberto Garbossa, aponta que, quem compra um caminhão, pensa em quanto pode pagar e quanto o investimento irá lhe render - diferente do automóvel, que muitas vezes é adquirido por luxo. "Com a queda de 50% nas exportações de veículos de passeio, boa parte das cegonheiras ficou sem ter o que transportar. Sem carga, não há movimento", exemplifica Garbossa.

No caso das motos, mesmo com o IPI zero até setembro, Reze cita que o consumidor de baixa renda ainda encontra restrições na hora de obter crédito.

ESTABILIDADE - "Estamos caminhando para uma estabilidade. Os dados nos trazem a segurança de que vamos encerrar o ano numa boa. A venda de automóveis e comerciais leves terão resultado melhor do que o obtido no ano passado", afirma o executivo. Em 2008, os dois segmentos atingiram 2,8 milhões de unidades comercializadas. Até agosto, já foram vendidas 2,27 milhões.

Para Garbossa, que compartilha do otimismo, agora a regra para a compra de veículos está muito clara. A redução do IPI nos atuais moldes segue até setembro, e, até dezembro, a alíquota volta gradativamente - ver tabela ao centro. "Em junho, quando tivemos excelentes vendas, ninguém sabia ainda que o IPI reduzido seria prorrogado. Agora, ninguém precisa sair correndo para comprar. As pessoas podem esperar por lançamentos do fim do ano e as montadoras podem até absorver o IPI parcial, de 1,5%, por exemplo, a fim de garantir mais vendas."

Na opinião de Reze, as vendas de setembro serão, "seguramente maiores do que as de agosto". Neste mês, encerra-se o IPI zero para carros 1.0, o que deve aquecer o comércio.




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