O primeiro grupo da categoria metalúrgica a conquistar a extensão da licença-maternidade de quatro para seis meses, foi o 3 (que reúne os sindicatos patronais dos setores de autopeças, forjaria e parafusos). A decisão aconteceu ontem na rodada de negociação entre a FEM-CUT (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/São Paulo) e a bancada patronal, na sede do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores).

Os empresários concordaram em incluir esta reivindicação na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) da federação, que valerá a partir do dia 1º (data-base da categoria).

"É um grande avanço no que diz respeito às cláusulas sociais. Entendemos que é fundamental para a mãe e a criança ficarem durante todo esse tempo juntos", diz o presidente da federação, Valmir Marques, o Biro Biro.

Esta cláusula social inédita respeitará a redação do programa "Empresa Cidadã da Receita Federal" - criado pela Lei Federal 11.770, que entrou em vigor em janeiro deste ano e beneficia a mãe trabalhadora com o aumento da licença de 120 para 180 dias - lembrando que a adesão ao programa tanto da empresa quanto da trabalhadora é voluntária.

DADOS
Na federação, o Grupo 3 tem o maior número de metalúrgicos e metalúrgicas, totalizando 115 mil no Estado.

SALÁRIO
Quanto às discussões que norteiam a parte econômica, a FEM-CUT recusou na mesa de negociação o reajuste proposto pela bancada patronal de 6,5% (que corresponde ao INPC da data-base da categoria, 1º de setembro, estimado em 4,3%, e mais aumento real de 2%).

Uma nova rodada está agendada para o dia 25. "O reajuste proposto não chega nem perto do que queremos. Foi uma provocação", conta Biro Biro.